Dispõe sobre denominação de “MARIA APARECIDA TAVARES ROCHA” a uma via pública e dá outras providências.

Promulgação: 24/07/2018
Tipo: Lei Ordinária
Versão de Impressão

Sorocaba, 20 de junho de 2 018.

SAJ-DCDAO-PL-EX- 063/2018

Processo nº 13.441/2018

 

Excelentíssimo Senhor Presidente:

Tenho a honra de encaminhar para apreciação e deliberação dessa E. Casa o incluso Projeto de Lei que dispõe sobre a denominação de “MARIA APARECIDA TAVARES ROCHA” a uma via pública e dá outras providências.

Inicialmente cumpre informar que este Projeto de Lei é consequência de encaminhamento do Vereador José Francisco Martinez, com a apresentação da Justificativa que segue abaixo:

Maria Aparecida Tavares Rocha nasceu em Sorocaba, em 18 de agosto de 1911. Faleceu na mesma cidade em 1998, aos 87 anos.

Após cursar a escola primária em Sorocaba, Maria Aparecida frequentou Escola Normal no Instituto Santa Marcelina, em Botucatu, formando-se professora. Lecionou por 13 anos em escolas rurais, sempre procurando dar aos filhos de colonos e sitiantes as mesmas oportunidades desfrutadas pelos alunos da cidade.

Esse princípio de incentivar o desenvolvimento das crianças continuou norteando se trabalho no Grupo Escolar Antônio Padilha, onde ensinou canto orfeônico aos estudantes. Acreditava que a música poderia estimular os jovens estudantes para o aprendizado das demais matérias e desenvolver a sensibilidade infantil.

O gosto pela música também foi responsável pelo seu desenvolvimento ao piano, instrumento que estudou por quinze anos com professores renomados de Sorocaba e Botucatu. Sua aptidão musical, bom ouvido e animação faziam de Maria Aparecida a alegria das reuniões de amigos, quando executava tanto músicas eruditas como marchinhas da moda, e fornecia acompanhamento musical aos convidados mais animados.

Em 23 de janeiro de 1932, casou-se com Jurandir Badini Rocha, farmacêutico formado pela escola de Farmácia de Itapetininga que, desde cedo, enveredou para o trabalho ligado a comunicação, atuando em rádios e jornais. Assinando colunas e comandando programas como radialista, Jurandir conquistou muitos fãs e acabou fazendo carreira política, sendo eleito seis vezes como Vereador, sempre com o apoio e a presença marcante da esposa.

Maria Aparecida teve uma única filha, Kleber Tavares Rocha, médica anestesiologista que atuou por 50 anos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, cujo campus fica localizado em Sorocaba. Primeiramente Dra. Kléber atuou como anestesista em cirurgias de grande complexidade, especialmente as da área neurológica, e depois como professora da Faculdade de Medicina.

Cida, como era conhecida pelos amigos, deixou quatro netos: Monica Elisa Rocha Monteiro, Marcus Artur Rocha Monteiro, Mariela Aparecida Rocha Monteiro Marins dos Santos e Melanie Louise Rocha Monteiro.

Trabalho comunitário e assistencial:

Durante toda sua vida, Maria Aparecida engajou-se em trabalhos comunitários, e assistenciais, acreditando que a atuação coletiva era a chave para obter vitórias que dificilmente seriam alcançadas individualmente. Movida por esta convicção, foi uma das fundadoras da Cruzada das Senhoras Católicas, que mantinha uma creche para crianças carentes.

Também ajudou a fundar o clube da Lady e a Obra do Berço, entidades que reuniam senhoras da sociedade para costurar roupinhas que, posteriormente, formavam o enxoval de recém-nascidos e eram entregues a mães que não tinha condições de adquirir as peças. Paralelamente, o Clube da Lady realizava chás beneficentes para arrecadar recursos que ajudavam a custear o material dos enxovais, contribuindo ainda, para mobilizar a sociedade e ampliar o grupo de voluntárias.

Um capítulo especial da vida de Maria Aparecida transcorreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando ela presidiu a seção Sorocaba da Legião Brasileira de Assistência. Durante esse período difícil, visitava as famílias dos jovens que estavam na frente de batalha, levava cestas básicas aos mais necessitados e foi peça fundamental para permitir a comunicação entre os familiares e os “pracinhas”, escrevendo cartas para os pais e amigos enviarem aos jovens soldados.

Quando a guerra terminou, Maria Aparecida estava entre os que foram receber os “pracinhas” que saíram de Sorocaba para lutar na Itália. E ela reservou uma dose especial de carinho para aquele que foi seu afilhado durante esse período: para recepciona-lo, a madrinha providenciou uma festa, servindo um grande bolo que estampava a Bandeira do Brasil.

Por todas as razões aqui expostas, entendo estar devidamente justificado o presente Projeto de Lei e conto com o costumeiro apoio de Vossa Excelência e D. Pares no sentido de transformá-lo em Lei, solicitando ainda que sua apreciação se dê em REGIME DE URGÊNCIA, na forma disposta na Lei Orgânica do Município.

Ao ensejo, renovo protestos de estima e consideração.