Lei Ordinária nº 11701/2018 - Texto Anexo

Sorocaba, 14 de março de 2018.

SAJ-DCDAO-PL-EX- 015/2018

Processo nº 7.852/2018

Excelentíssimo Senhor Presidente:

Tenho a honra de encaminhar para apreciação e deliberação dessa E. Casa o incluso Projeto de Lei que dispõe sobre a denominação de “PEDRO DINI” ao Palácio do Consumidor, localizado à Avenida Antônio Carlos Comitre nº 330 – Bairro Campolim e dá outras providências.

Inicialmente cumpre informar que este Projeto de Lei é consequência de encaminhamento do então Vereador Fernando Alves Lisboa Dini, com a apresentação da Justificativa que segue abaixo:

O Sr. Pedro Dini nasceu em Cerqueira César, aos 07 de julho de 1920. Terceiro de sete filhos do casal de italianos, Fernando Dini e Mariana Gianini Dinai, tinha como irmãos: Esther, José Romualdo, Antonio, Danilo e Annunciata. Ainda criança, com apenas 08 (oito) anos de idade acordava de madrugada para carregar lenha na centenária Padaria do Gonçalo. Também quando criança, trabalhou nos teares da Fábrica Votorantim e, fazendo por merecer a confiança que lhe havia sido depositada anteriormente, já adulto, foi convidado para ser o administrador da fazenda do Sr. Ermírio de Moraes, sendo muito estimado pela família.

Durante a guerra, o homenageado serviu o Exército durante três anos e meio, sendo inclusive, convocado para participar da guerra na Itália. Nessa época já namorava Jocelina, apelidada carinhosamente de “Nina”, e em função da guerra, casou-se mais tardiamente do que esperava. Dessa feliz união nasceram 06 (seis) filhos: Heloísa, Fernando, Sonia, Emerenciano, Pedro e Luciano. A felicidade da família completou-se com a chegada dos netos, 17 (dezessete) no total: Gal, Luciana, Heitor, Flávio, Juliana, Adriana, Fernando, Sandro, Luiz Carlos, Manoel, Pedro, Otávio, Mariana, Fernanda, Laís, César e Carolina e, até o presente momento, com a chegada de 10 (dez) bisnetos.

Os filhos, seguindo os bons exemplos dos pais, tornaram-se pessoas amorosas e voltados ao bem comum e à caridade sem ver a quem.  À sua porta, chegavam vários necessitados que tinham a certeza de caridoso atendimento e o Sr. Pedro, inclusive lhes fornecia alimentação. Seus filhos afirmam que esse convívio com os moradores de rua é que lhe imprimiu afeto sagrado com os necessitados.

Foi proprietário da consagrada “Casa Dini”, comércio de material de construções, que por décadas funcionou na Rua Coronel Nogueira Padilha.

O Sr. Pedro Dini nutria particular apreço à pescaria e não perdia oportunidade de ir ao seu rancho, na cidade de Sarapuí, aos finais de semana, onde também praticava a caridade, levando água encanada para os moradores carentes da região, além de, com seu talento extraordinário, ter inventado o aquecedor de água para todos, sendo que esse artifício somente foi conhecido publicamente muitos anos depois.

Pedro Dini e sua esposa, “Nina” eram considerados o casal mais caridoso do bairro. Além do atendimento aos necessitados, Pedro se esmerava em trazer cultura a todos. No tempo em que não havia televisão, todos os sábados à noite, munido de um portentoso aparelho de filmagem reproduzia filmes divertidos na Rua Olivério Pilar, reunindo grande multidão, sendo que os filmes mais apreciados eram os filmes do Gordo e o Magro. Antes dos filmes, porém, o Sr. Pedro, tinha o cuidado de reproduzir um breve documentário educativo, que o Centro Cultural Brasil-Estados Unidos lhe emprestava. Essa prática, que se prolongou por anos, tornava os moradores muito amigos, pois durante a semana toda ao se encontrarem na rua, relembravam, às gargalhadas, trechos do filme.

Através de seus esforços e com apoio da inesquecível Professora “Chiquinha” conseguiu um terreno para construção da Escola Municipal “Dr. Achilles de Almeida”, bem como foi ele, responsável pela criação da Escola Estadual “Dr. Octavio Novaes de Carvalho”. Como se não bastassem tais realizações, ainda criou a Feira Comercial e Industrial, que era realizada no Ginásio Municipal de Esportes e que era um sucesso absoluto. Participou ainda, da diretoria de várias entidades da cidade, tais como: Associação Comercial (onde criou o SPC), Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, com gestão incomparável pelos benefícios trazidos e viagens culturais organizadas, sendo ainda fundador do Rotary Clube Sorocaba-Leste, Associação de Pais e Filhos, deixando sempre sua marca, por onde passava.

Apesar de ter cursado somente até o segundo ano do grupo escolar, tornou-se um homem extremamente culto. Herdando o hábito do pai Fernando, lia diariamente, o jornal “O Estado de São Paulo”, tendo sido seu pai o primeiro assinante desse Jornal em nossa cidade. Com sua cultura e surpreendentes conhecimentos, ensinava os filhos em seus deveres escolares e, posteriormente, netos e amiguinhos dos netos. Era admirável o talento do Sr. Pedro para com todas as idades.

Aos 83 (oitenta e três) anos, por iniciativa dos então Vereadores, Paulo Mendes e Cíntia de Almeida, recebeu o título de Cidadão Sorocabano. A homenagem contou com um número extraordinário de presentes, que se aglomeravam até nos corredores da Câmara.

Seu falecimento em 11 de janeiro de 2004 foi pranteado por toda a cidade. Seu féretro foi um dos maiores já vistos na cidade, tendo a Prefeitura decretado luto oficial por 03 (três) dias. Tornou-se um acontecimento marcante, porque os amigos, ao terem ciência da notícia acorreram à Ofebas e ali permaneceram durante toda a madrugada. Essa foi sem sombra de dúvida, uma das maiores provas de amor de toda uma sociedade por ele. A família recebeu inúmeros telegramas e cartas com votos de pesar. A prova de que o Sr. Pedro era uma pessoa extraordinária, de prestígio sagrado é que ao mesmo tempo em que famosos jornalistas prantearam sua morte, entre eles, Rui Batista de Albuquerque Martins, seu grande admirador, uma admiradora assim o homenageou no Jornal “Cruzeiro do Sul”: “”Seo” Pedro está com Deus, virou uma estrela que ficará para todo o sempre a nos iluminar””.

A família, com carinho, guarda imenso arquivo das realizações do Sr. Pedro Dini, em benefício, não só dos sorocabanos, como da cidade em geral.

O Sr. Pedro Dini, semeou felicidade e, à vista de todo o trabalho desenvolvido que projetou, honrou e levou o nome de nossa cidade a diversos lugares e ainda, à vista do exemplo de dedicação, retidão e da  relevante  importância  de  sua contribuição para a sociedade, em ações alicerçadas na ética e na cidadania é que entendo estar devidamente justificada a presente propositura e conto com o costumeiro apoio de Vossa Excelência e D. Pares no sentido de transformá-la em Lei, solicitando ainda que sua apreciação se dê em REGIME DE URGÊNCIA, na forma disposta na Lei Orgânica do Município.