O tema foi tratado pelo vereador Dylan Dantas (PL), presidente da Comissão de Educação do Legislativo, e a professora Samanta Freitas.
A educação de pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) e seus desafios na atualidade foram temas debatidos no programa “Comissões em Debate”, realizado na tarde desta quinta-feira, 7, pela Rádio Câmara, com a presença do vereador Dylan Dantas (PL), presidente da Comissão de Educação do Legislativo, e da professora Samanta Freitas. A entrevista, conduzida pelo jornalista Carlos Garbo, foi transmitida ao vivo pela TV Câmara.
Na oportunidade, o parlamentar também destacou a recente aprovação, em 1ª discussão, do Projeto de Lei nº 166/2024, de sua autoria, que cria o “Maio Laranja” como mês de conscientização e combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, e explicou sobre a proposta para criação de um Complexo de Referência e Atendimento Especializado às Pessoas com Transtorno do Espectro Autista. “É uma demanda da população. Deverá conter médico para atestar o diagnóstico e terapias multidisciplinares”, contou. Ele citou que outras cidades já possuem estruturas parecidas e que a iniciativa tem sido trabalhada há dois anos, com audiências públicas, comissão especial de estudo e apoio do executivo.
Sobre educação voltada a pessoas com TEA, a professora Samanta contou sobre o início na carreira como docente de química e percepção da necessidade de atenção especial a alguns alunos. Ela citou sobre exemplos que encontrou dentro da sala de aula, como estudantes que apresentavam formas de raciocinar diferente da maioria da classe e até mesmo dificuldade de aprendizagem.
“Eu procurei entender o que as crianças tinham de dificuldade e hoje muitos professores estão buscando esse entendimento, que falta dentro da sala de aula. Não por conta dos profissionais, mas pela estrutura”, disse, contando sobre o grande numero de alunos em cada sala de aula e a grande demanda de trabalho. Segundo ela, houve uma ampliação do leque do transtorno do espectro autista para vários graus, sendo que antigamente era considerado autista apenas quem apresentava sintomas como dificuldade de fala, esquizofrenia entre outras características. “Hoje se começou a entender que o espectro autista, como o próprio nome diz, é uma gama, com vários graus”, disse, explicando o aumento no diagnóstico de estudantes.
Em relação ao diagnóstico, a professora contou que existe um questionário desenvolvido por um psicólogo americano para defini o grau de espectro de cada pessoa. Samanta, no entanto disse que um questionário não define uma pessoa, e citou o exemplo do jogador de futebol Messi, que foi considerado portador de TEA e se tornou o melhor do mundo. Ela também lembrou de alunos e alunas que foram diagnosticos e hoje são formados em grandes universidades.
Samanta destacou que é preciso saber lidar com as capacidades dos portadores de TEA. Segundo ela, atualmente os estudantes com laudo de diagnóstico possuem acompanhamento diferenciado na escola, mas que não resulta em privilégio na vida adulta. “Isso não pode ser uma muleta”, ressaltou a professora, que ainda citou algumas características de quem possui o transtorno, como grande sensibilidade auditiva, repulsão ao toque, a cheiros específicos entre outras.
Na entrevista, foram abordadas ainda questões como a observação de sintomas para buscar auxílio profissional e opções de tratamento. O vereador Dylan Dantas contou que buscou junto à Secretaria de Educação informações sobre a preparação de professores para atuar nessa realidade, e que apesar da resposta positiva, os profissionais da área afirmaram que se trata apenas de um curso online. Ele também contou sobre os problemas para professores e estudantes por conta da falta de preparo adequado. “A gente precisa especializar alguns atendimentos, fazer a inclusão sem o suporte necessário é só para inglês ver”, disse, lembrando ainda de relatos de bullyng sofrido por crianças em escolas.
A entrevista completa com todos os assuntos tratados no “Comissões em Debate” pode ser conferida durante a programação da TV Câmara Sorocaba e nas redes sociais do Legislativo (Facebook e YouTube).