04/06/2024 12h02
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O evento marcou o lançamento do livro “Linha de Frente”, que conta a história do sindicato da categoria, e contou com sindicalistas de várias cidades

A história do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região foi celebrada em sessão solene da Câmara Municipal de Sorocaba, realizada na noite de terça-feira, 3, no plenário da Casa. Durante o evento foi lançado o livro “Linha de Frente: A Épica História dos Trabalhadores dos Transportes de Sorocaba e Região”, escrito pelo jornalista Carlos Araújo e que está sendo distribuído gratuitamente.

Além do vereador proponente, que presidiu os trabalhos, e de uma vereadora da Casa, a mesa de honra da solenidade contou com a presença do prefeito da cidade de Queiroz; do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região; do autor do livro lançado na solenidade; e do representante do Ministério do Trabalho e Emprego. Além do plenário, o público lotou a galeria e se espalhou pelos corredores e saguão da Casa.

Na mesa estendida, estiveram presentes representantes de dezenas de sindicatos e outras entidades, entre os quais, Sindicato dos Metalúrgicos; CUT São Paulo; Academia Sorocabana de Letras; Federação das Empresas de Transportes de Cargas; Sindicato de Saúde; Associação dos Moradores da Zona Oeste; Coletivo Barraqueiras; Movimento Negro Unificado; Sindicato dos Condutores de Osasco; Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Votorantim; Simples Sorocaba; Sindicato dos Condutores de Americana; Mulheres da CUT São Paulo; Sindicato do Vestuário; Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo; Sintap Sorocaba; e Cohab São Paulo.

O vereador proponente da homenagem relembrou a trajetória de luta dos trabalhadores do transporte e falou das conquistas do sindicato, muitas vezes à custa de enfrentar a polícia durante greves históricas da categoria. Para o vereador, o propósito do livro “Linha de Frente” é eternizar essa luta dos trabalhadores. “Sindicato não é o prédio, sindicato não é o património. Tudo isso ajuda. Mas sindicato é a união de todos os trabalhadores por uma mesma causa, e temos orgulho de dizer que Sorocaba tem a maior mobilização do setor de transporte do Estado de São Paulo, do Brasil e da América Latina” – destacou o vereador.

História do sindicato – O sindicato nasceu em 1954, quando foi fundada a Associação dos Profissionais Condutores de Veículos e Anexos de Sorocaba. Em 20 de novembro daquele mesmo ano, foi concedida a carta sindical e a associação se transformou no Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região, com sede na Rua Cesário Mota. 

Em 1986, a categoria protagonizou sua primeira greve e uma chapa favorável à Central Única dos Trabalhadores (CUT) venceu as eleições. Mas a diretoria do sindicato rachou e a filiação do sindicato à CUT iria se consolidar em 1989, quando uma nova chapa alinhada à central sindical venceu as eleições. Iniciou-se, então, uma trajetória de lutas por melhores salários e condições de trabalho para a categoria, muitas vezes tendo de enfrentar demissões e a repressão da polícia. Nesse período, o Sindicato dos Rodoviários ainda não tinha sede adequada e contou com o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos. 

Na década de 1990, o sindicato vivenciou as profundas mudanças que ocorreram no sistema de transporte de Sorocaba, com a criação dos terminais e a adoção de novas tecnologias, que levou à extinção da função de cobrador. Na década de 2000, seguindo orientação da CUT, o Sindicato de Sorocaba fundiu-se com o Sindicato de Itapeva, ampliando sua base de representação para 42 municípios. Hoje, o Sindicato dos Rodoviários conta com uma sede ampliada e subsedes, oferecendo cursos para seus filiados e espaços de lazer e convivência social.

Enfoque abrangente – Dividido em 28 capítulos, que contemplam a história dos trabalhadores do setor de transportes sobre diversos aspectos, desde as greves por melhores salários até o papel das mulheres na luta sindical, o livro “Linha de Frente” também fala do início do serviço de transporte em Sorocaba, que começou em 24 de outubro de 1927, quando a “Jardineira nº 239”, um veículo com rodas de madeira, foi autorizado a transportar passageiros entre o centro de Sorocaba e o então distrito de Brigadeiro Tobias.

O livro, com um enfoque abrangente e distribuição gratuita em PDF, situa a fundação do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região, em 1954, no contexto das grandes transformações pelas quais Sorocaba, São Paulo, o Brasil e o mundo vinham passando, como o sucesso do rádio, o aparecimento da televisão e a migração em massa de trabalhadores para as cidades. A migração em massa transformou o Brasil num país urbano e, consequentemente, serviços como o transporte público se tornaram imprescindíveis.

A obra ressalta que os rodoviários tiveram e têm um “papel estratégico em todas as discussões sobre mobilidade urbana e desenvolvimento sustentável das cidades”. De acordo com o livro “Linha de Frente”, em Sorocaba e região, conforme dados de 2019, os rodoviários são aproximadamente 15 mil trabalhadores dos segmentos urbano, rodoviário, de fretamento e de cargas. A categoria abrange 44 cidades – desde Sorocaba até Itapetininga, Araçoiaba da Serra, São Roque, São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Pilar do Sul, Mairinque, Itararé, Itapeva, Capela do Alto, Alumínio, Tatuí, Salto de Pirapora, Coronel Macedo, entre outras cidades.

O livro traça um perfil biográfico de líderes históricos do sindicato e traz um caderno fotográfico com dezenas de imagens históricas das lutas sindicais, desde mobilizações, greves e campanhas salariais até protestos específicos, como o que ocorreu em 1991, em frente à delegacia de polícia, por mais segurança nos pontos finais de ônibus, em virtude do assassinato de um motorista. O livro também fala da luta travada pelo sindicato contra o transporte clandestino e reserva um capítulo para o impacto da pandemia de Covid-19.

A sessão solene contou com apresentações musicais da cantora Paula Cavalciuk, acompanhada por Anderson Charnoski, ao violão, e também apresentações do duo Joca (voz e violão) e João (cavaquinho). Também foi apresentada uma performance teatral com alunos do Instituto de Gestão Social e Cidadania.