25/04/2024 17h25
atualizado em: 25/04/2024 17h24
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Programa “Comissões em Debate” recebeu o vereador Ítalo Moreira (União) e convidados especialistas no tema.

As possibilidades, benefícios e riscos do uso da inteligência artificial foram temas debatidos no programa “Comissões em Debate”, realizado pela Rádio Câmara, na tarde desta quinta-feira, 25, com a presença do vereador Ítalo Moreira (União), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia do Legislativo; Celso Henrique Diniz, diretor da agência Creative Works; e Tiburcio Santos, futurista e gestor de processos e pessoas.

O vereador Ítalo Moreira lembrou que foi o autor da Lei 12.625/2022, que desburocratizou as instalações de antenas 5g na cidade, sendo elogiada até mesmo pela Anatel, uma iniciativa que colocou a cidade como pioneira na oferta do novo modelo de tecnologia para internet de alta velocidade, fundamental para o desenvolvimento das inteligências artificiais (IAs).

“Diferencial é a velocidade do ‘delay’, que é o tempo de resposta pela rede, que com o 5g é quase em tempo real. É uma tecnologia que beneficia desde a indústria 4.0 e até para quem esta em casa jogando online, assistindo vídeos, pois deixa muito mais rápido o sinal”, explicou o parlamentar.

Tiburcio Santos contou que atualmente a inteligência artificial resulta em uma convergência de tecnologias. “É a combinação de várias tecnologias que vão permitir a gente resolver problemas complexos de forma mais assertiva”, disse. Ele destacou que, com a chegada do 5g, haverá a possibilidade de aumentar o número de dispositivos conectados ao mesmo tempo, aumentando a troca de informações até mesmo pra a utilização da inteligência artificial.

Sobre a IA, Ítalo Moreira citou os benefícios da tecnologia para aplicação no município, como na questão dos semáforos inteligentes, que podem reduzir o trânsito da cidade, bem como na área da medicina, permitindo uma melhora na triagem, diagnósticos e cirurgias remotas.  Celso, que atua no desenvolvimento de sistemas, explicou que a IA utiliza dados para encontrar padrões e trazer resultados e  citou o Chat GPT, uma ferramenta que tem sido bastante utilizada para criação de textos. Ele disse que atualmente já existe um termo mais evoluído, que é a inteligência generativa, em que o próprio sistema gera informação a partir do que a pessoa oferece. “Pode gerar texto, vídeo, imagem e é isso que está revolucionando. Hoje existem muitos projetos de IA com código aberto, o que permite criar vários novos modelos”, afirmou.

Em relação ao uso da IA, os convidados disseram que é preciso atenção e cuidados. Ítalo contou que um munícipe denunciou ter sofrido através de um vídeo na internet, manipulado digitalmente, utilizando imagem e voz de pessoas famosas. “Você pode fazer coisas criativas ou estar sujeito a aplicar a tecnologia para o mal”, disse Tibúrcio.

Foram citados como bons exemplos de uso da IA o treinamento de sistemas para segurança pública, como o que Sorocaba recebeu por doação, em que um software identifica, através de imagens de câmeras, possíveis ações de violência e até mesmo de criminosos foragidos, por reconhecimento facial, transmitindo a informação diretamente para a Polícia Militar.

Questionados sobre como identificar a aplicação da IA, principalmente durante as campanhas eleitorais, Ítalo afirmou que a Justiça Eleitoral limitou o uso dessa tecnologia e destacou que é importante que as pessoas verifiquem as informações recebidas, para saber se são verídicas. Celso contou que redes sociais já se valem desse sistema para tentar evitar a propagação de notícias falsas.  

Tipos de inteligência artifical – Segundo Celso os tipos de IA são conjuntos de “machine learnings”, ou aprendizados das máquinas, que compõem os tipos de inteligência, e afirmou que existem ainda modelos multimodais, como textos, vídeos, transcrição de áudios. Ele explicou que as maquias precisam ser abastecidas de dados para poderem gerar os resultados esperados. Segundo Tibério, a evolução é constante e hoje, quando se fala de chat GPT, é a versão 3.5 que é aberta ao público gratuitamente, mas já está em atividade a versão 4.0, paga, que gera resultados muitos mais detalhados.

Ítalo destacou ainda a possibilidade de a própria inteligência artificial gerar conhecimento, além da capacidade humana, como a possibilidade de descobrir a cura do câncer.  “Eu não duvido que nos próximos anos a gente chegue a algo assim”, disse o vereador. No programa, os convidados ainda falaram sobre criptomoedas, blockchain, a situação da relações humanas com o emprego da IA, e as possibilidades de contribuição para a preservação do meio ambiente.