Programa “Comissões em Debate” recebeu os vereadores Fábio Simoa (Republicanos) e Dylan Dantas (PL) e o secretário de Saúde nesta quinta-feira.
O programa “Comissões em Debate”, realizado na tarde desta quinta-feira, 22, na Rádio Câmara Sorocaba, debateu as iniciativas destinadas à área da saúde no município, com a presença dos vereadores Fábio Simoa (Republicanos) e Dylan Dantas (PL), respectivamente, presidente e membro da Comissão de Saúde do Legislativo, além do secretário municipal de Saúde, Claudio Pompeo, e representantes da Divisão de Zoonoses. A entrevista, conduzida pelo jornalista Carlos Garbo, foi transmitida ao vivo pela TV Câmara.
Sobre emendas parlamentares para o setor, Fábio Simoa destacou recursos para aquisição de veículos destinados à área da saúde e a criação do serviço de motolância. “O serviço de motolância consegue atingir mais rapidamente, em situações de emergência, pontos que uma ambulância não consegue atingir”, explicou Fábio Simoa. Segundo ele, foram compradas duas motos e criados seis cargos para operacionalizar o serviço no Samu. O secretário explicou que o serviço está em fase final de implantação e contou com apoio da Secretaria de Recursos Humanos para a criação das funções gratificadas. A expectativa é que comece a funcionar o mês de março.
Dylan Dantas também lembrou que destinou emendas para redução de filas de cirurgias ginecológicas e disse que pretende apresentar novo projeto para a criação de um “voucher” da saúde, para que o munícipe possa utilizar serviços particulares, além de sugerir a abertura de concessões para as UBS (Unidades Básicas de Saúde). “Seria mais barato para o poder público, gerando concorrência, excelência e competitividade”, justificou, explicando que as instituições gestoras das unidades seriam remuneradas de acordo com o número de atendimentos realizados. Fábio Simoa afirmou que também tem projeto para oferecer “voucher" para compra de medicamentos.
O secretário de saúde explicou que o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) está sob a responsabilidade dos governos municipais, estaduais e federal, e que existe um teto de gastos para atender todas as demandas. Ele destacou que em 2024 deve vigorar uma tabela chamada SUS Paulista, para cirurgias, com um reajuste que deve diluir os recursos municipais para outras áreas e aumentar a concorrência para a prestação de serviços à saúde pública. “A gente espera que muitas filas sejam diminuídas por conta desta nova tabela”, disse.
Sobre atendimento de especialidades, Claudio Pompeo falou das dificuldades que o serviço público enfrenta para contratar profissionais especialistas. “Na área de ginecologia, tínhamos a pretensão da contratação de até 42 médicos. Lançamos o concurso público e o número de aprovados foi por volta de 25, mas apenas 13 entraram em exercício, sendo que dois já saíram”, contou. Ele lembrou ainda que antes do concurso recente, o último concurso tinha sido realizado em 2012. “Não dá pra repor uma defasagem de doze anos em apenas um”, disse. O secretário citou ainda a necessidade de vigilantes para manter a segurança das UBS.
Como presidente da Comissão de Saúde, Fábio Simoa disse que tem fiscalizado as unidades de saúde e que um dos principais problemas é o controle de acesso, por conta da ocorrência de invasões. Ele pediu uma atenção da Secretaria de Segurança para garantir mais tranquilidade aos servidores. “Umas unidades que mais necessitam desse controle é o PA das Laranjeiras”, destacou. O secretário Claudio Pompeo explicou que outras unidades têm o controlador de acesso por serem geridas por entidades, mas que já está sendo trabalhada uma solução para o problema no PA citado.
Dylan Dantas falou sobre a necessidade de um centro municipal de acolhimento para familiares de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O secretário explicou que os atendimentos terapêuticos para as crianças são contínuos, e que a necessidade de vagas aumenta conforme a procura. Segundo ele, está previsto um centro para esse serviço com cerca de 100 vagas para entrar em atividade ainda este ano.
Combate à dengue – No final da entrevista, os convidados abordaram o combate à epidemia de dengue registrada em Sorocaba. Claudio Pompeo explicou que as ações contra a dengue são feitas o ano todo e que a série histórica mostra que o início do ano é o período de maior incidência dos casos. Segundo ele, foram feitas discussões com a Secretaria Estadual de Saúde e Sorocaba não apresentou nenhum caso de óbito nem tem pacientes internados neste momento. O secretário disse que a cidade possui uma Sala de Situação de Dengue para monitorar os casos e afirmou que a cidade está preparada para qualquer eventualidade.
Sobre as medidas de combate à dengue no município, Fernando Henrique Simão e Rogério Oliveira, supervisores da Zoonoses, explicaram que anualmente são feitos levantamentos larvários nas regiões da cidade para identificar os locais de maior incidência, para onde serão focadas as ações. Eles destacaram que as medidas mais efetivas são no sentido de não deixar locais com água parada. “Todo munícipe pode e deve fazer essa verificação para que a gente possa combater o mosquito na fase larvária que é a essência do nosso trabalho”, disse Fernando Simão. O especialista explicou, no entanto, que os ovos de um mosquito podem ficar até um ano no recipiente, mesmo depois que esse recipiente é esvaziado. “Por isso é preciso limpar sempre”, afirmou.
O secretário de Saúde discorreu, ainda, sobre a eficácia da vacina contra a dengue, que recentemente foi aprovada para ser utilizada no Brasil. Segundo ele, a imunização é eficiente, mas observou que apenas os municípios escolhidos pelo SUS estão recebendo a vacina, por conta da escassez do produto. Segundo Fernando Simão, até o momento foram 605 casos confirmados de dengue no município, sendo 528 autóctones, ou seja, que foram contraídos na cidade. O supervisor explicou que a Secretaria de Saúde tem feito ações de aplicação de inseticida em residências com focos identificados.
O secretário Claudio Pompeo também falou sobre os sintomas da doença, que são febre, cansaço, dores no corpo, dor de cabeça e no fundo dos olhos. Ele orientou que as pessoas que porventura apresentam qualquer desses sintomas procurem uma unidade de saúde para realização do teste.