Informação sobre encerramento do atendimento no hospital Santa Lucinda foi levantada pela vereadora um dia após celebração da visibilidade trans
Um dia após a data em que se comemora a visibilidade trans (29 de janeiro), a vereadora Fernanda Garcia (PSOL) apurou que a prefeitura encerrou os atendimentos de processo transexualizador no hospital Santa Lucinda em dezembro. Segundo a parlamentar, não há informações sobre um novo local para atendimento.
“Em novembro de 2022, o município havia aberto um ambulatório na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Fiori, atendendo à comunidade transgênero. Sete meses depois, encerrou as atividades e, depois de diversas críticas, abriu uma sala no hospital Santa Lucinda”, lembrou a parlamentar. “Agora, novamente, sete meses depois, a cidade está sem um polo para processo transexualizador”.
Via requerimento, o município informou, em dezembro, que a hormonioterapia estaria sendo realizada no hospital Santa Lucinda e na UBS Vila Fiori. Em contato com funcionários do hospital, a vereadora foi informada que o Executivo encerrou o atendimento no dia 31 de dezembro de 2023. Já em contato com a unidade básica de saúde, Fernanda foi avisada que a UBS não realiza tal procedimento e foi orientada a contatar o Santa Lucinda.
“Este ato reflete uma clara violação dos direitos humanos e uma manifestação de transfobia institucionalizada. É inaceitável que o sistema de saúde não forneça serviços adequados e inclusivos para todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero”, criticou Fernanda.
A parlamentar, que se reúne constantemente com líderes e membros da comunidade LGBTQIAPN+, foi informada sobre a precariedade do acesso à saúde pública para pessoas transexuais, transgêneros e travestis. “Os relatos vão desde o descumprimento do direito ao uso do nome social, até obstáculos e filas de espera intermináveis para iniciar a hormonioterapia”, disse ela.
Fila de espera – Fernanda Garcia enviou um requerimento à prefeitura solicitando informações sobre a fila de espera para hormonioterapia. Em resposta, o município informou que 81 pessoas aguardam, havendo cerca de 15 atendimentos mensais.
Fazendo uma conta rápida, se o número de interessados no processo de hormonização não mudasse, seriam necessários cinco meses para ser atendido. Entretanto, sem um ambulatório, o número de interessados deve aumentar e a demanda deve ficar cada vez mais reprimida.
“O encerramento dessas atividades também coloca em risco a vida e a saúde de pessoas trans, que acabam buscando procedimentos clandestinos e fazendo a hormonização sem acompanhamento de um profissional. Sem acesso a cuidados médicos adequados, aumentam os riscos de problemas de saúde física e mental”, afirma Fernanda.
(Assessoria de imprensa – vereadora Fernanda Garcia – PSOL)