Proposta de autoria da vereadora Iara Bernardi (PT) busca a construção de políticas públicas de fomento, divulgação e apoio à cultura hip-hop
Foi aprovado primeira discussão na sessão ordinária desta terça-feira, 21, o Projeto de Resolução nº 13/2023, de autoria da vereadora Iara Bernardi, que institui na Câmara Municipal de Sorocaba a Frente Parlamentar pela construção de políticas públicas de fomento, divulgação e apoio à cultura hip-hop. A Frente Parlamentar do Hip-Hop será composta por vereadores da Casa que aderirem voluntariamente à mesma e tem como objetivo promover audiências públicas, simpósios, encontros, seminários e outras atividades similares para debater o movimento hip-hop, recebendo sugestões, propostas e estudos sobre o tema, a fim de definir políticas públicas que busquem soluções para as dificuldades encontradas pelo movimento.
Outro objetivo da frente é elaborar propostas legislativas destinadas a defender as necessidades do movimento e promover o diálogo entre as diferentes instâncias públicas e as entidades da sociedade civil quanto à promoção de ações que visem o apoio e a construção da cultura hip-hop no Estado de São Paulo, entre outras ações. A sociedade civil terá garantida sua participação em todas as atividades promovidas pela frente parlamentar.
Ao defender a aprovação do projeto, Iara Bernardi destacou que proposta semelhante vem sendo aprovada em diversas Câmara Municipais pelo país e citou que neste dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o presidente Lula assinou decreto que dispõe sobre as diretrizes nacionais para as ações de valorização e fomento da cultura hip-hop. “Fizemos uma audiência pública com representantes do hip-hop, meninos e meninas, que se apresentaram, com uma qualidade artística espantosa, mas, que muitas vezes não recebem atenção do poder público”, destacou.
Na justificativa do projeto de resolução (com parecer favorável da Comissão de Justiça), Iara Bernardi afirma que o hip-hop é um movimento cultural presente em diferentes metrópoles mundiais, composto por quatro elementos culturais: rap (ritmo e poesia), grafites (assinaturas), Dj’s e Mc’s e Street Dance (dança de rua). O quinto elemento seria o conhecimento. Historicamente, o hip-hop surgiu no bairro do Bronx nova-iorquino, definindo-se como um movimento em 1973, por isso, em 2023, comemora-se seu primeiro meio século de vida.
No Brasil, o movimento começou a ser divulgado no início da década de 80, através do break. Em 1988 foi lançado o primeiro registro fonográfico de rap brasileiro através da coletânea “Hip-Hop Cultura de Rua” pela gravadora Eldorado. Iara Bernardi observa que “o hip-hop, a partir da arte, deu visibilidade a denúncias sobre as condições de vida da população mais pobre, das desigualdades e vulnerabilidades existentes e das violências praticadas nas periferias principalmente em relação aos negros e negras”.
Representantes do Fórum do Hip-Hop do Interior de São Paulo acompanharam a votação da proposta em plenário. Os 50 anos do hip-hop e os 20 anos do Fórum também foram foco de audiência pública promovida pela vereadora Iara Bernardi no último dia 19 de outubro.