Instituição que mantém a Casa Abrigo foi criada em 1997 e atende a toda a Região Metropolitana de Sorocaba
O combate à violência doméstica, o crescimento do feminicídio e a atuação do Centro de Integração da Mulher, o CIM Mulher, foram temas do programa “Câmara Debate”, da TV Câmara, que foi ao ar nesta quarta-feira, 8. Com apresentação da jornalista Carina Rocco, o programa recebeu a presidente da entidade, Cintia de Almeida, a advogada da vara da família, Sônia Dini, e o vereador Fernando Dini (PP).
Segundo o anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado foram registrados 1437 feminicídios no país, um crescimento de 6% dos casos em relação à 2021. Durante o programa foi explicada a atuação do CIM Mulher, criado em 1997, para abrigar vítimas de violência doméstica, e os outros equipamentos de apoio à mulher e sua família, como o Centro de Referência da Mulher (Cerem).
Cintia de Almeida lembrou o episódio de violência que sofreu do seu antigo companheiro, quando estava grávida de seu primeiro filho, no final da década de 1970, e que a levou a auxiliar gratuitamente outras mulheres que passavam pelo mesmo problema, uma vez que à época não existiam instrumentos públicos de atendimento e auxilio às vítimas. “Nesse momento veio até mim uma ideia muito forte, que eu tinha uma missão e foi aí que eu comecei a atender mulheres gratuitamente. Foram 34 anos de advocacia gratuita e incentivo para que as mulheres denunciassem o que acontecia dentro do lar conjugal”, lembrou.
Muitos anos depois, Sorocaba passou a contar com a Delegacia da Mulher, em 1985; na sequencia o Conselho da Mulher, em 1987, e então a Casa Abrigo, para abrigar mulheres vítimas de violência, que foi instituída por lei da vereadora Iara Bernardi (PT) em 1992. E, da movimentação da sociedade civil nasceu o CIM Mulher, que atualmente atende toda a região metropolitana de Sorocaba. Cintia de Almeida lembrou ainda que foi convidada para ir à Itália, para levar o exemplo de sucesso do centro de apoio à mulher. (Para acionar o CIM Mulher, ligue: 15.99163.6238, ou acesse: cimmulher.org.br).
“O CIM Mulher acolhe e prepara a mulher para voltar à sociedade. Por muitas vezes, o centro teve de ser em lugares escondidos, porque os homens esbravejavam, ameaçavam. Então não é só você tirar a mulher do ambiente tóxico. É empoderá-la”, destacou o vereador Dini, que é autor da lei que prevê auxílio aluguel às vítimas de violência doméstica. O parlamentar também lembrou a criação do Botão do Pânico, implantado em sua gestão como Secretário Municipal de Segurança Pública.
Com anos de experiência na vara de família, Sônia, que é mãe do vereador Dini, também reforçou as dificuldades enfrentadas pelas vítimas para se livrarem do agressor, seja por questão financeira ou social. “Essa caminhada para a mulher se libertar é muito longa”, frisou, lembrando, ainda, a necessidade de se aumentar a agilidade da justiça, para garantir a segurança das mulheres. Transmitido ao vivo pela TV Câmara, o programa ficará disponível, na íntegra, no site e redes sociais da Casa no Facebook e Youtube e também será retransmitido na programação do canal Legislativo.