Com participação do vereador Silvano Júnior (Republicanos), Comissões em Debate recebeu representante do Centro de Tradições Gaúchas.
As festividades da Semana Farroupilha, tradicional comemoração gaúcha que também é celebrada em Sorocaba, foram tema do programa Comissões em Debate, produzido pela Rádio Câmara e exibido a vivo pela TV Câmara na tarde desta quinta-feira, 21, e que contou com a participação do vereador Silvano Junior (Republicanos), membro da Comissão de Cultura e Esportes, e Orestes Marques de Alencastro, capataz do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Fronteira Aberta, de Sorocaba.
O programa destacou as relações entre Sorocaba e o Rio Grande do Sul, que têm origem no comércio de muares e o ciclo do tropeirismo, e abordou a recente celebração do Dia da Revolução Farroupilha, que relembra a tentativa do estado sulista de buscar a independência do Brasil, em 1835. “De 13 a 20 de setembro nos comemoramos a semana Farroupilha, onde celebra uma história que buscamos contar para amigos e companheiros sobre o legado deixado pelos nossos antepassados que nos incumbiram desta missão”, disse Orestes. Segundo ele, a celebração é realizada pelo CTG Fronteira Aberta, que existe há 34 anos, e em todos os CTGs espalhados pelo mundo, como China, Japão, Estados Unidos e países da Europa.
Orestes falou da fundação do CTG de Sorocaba, da criação da sede no Jardim Iguatemi, em posse de terreno cedido pelo município, e o trabalho desenvolvido pela entidade. “Hoje, toda a estrutura é feita com o trabalho nosso. Vivemos de eventos”, disse o capataz. Ele contou que Sorocaba foi a primeira cidade fora do Rio Grande do Sul a ter oficializado o dia 20 de setembro como Dia do Gaúcho, por iniciativa do ex-vereador João de Andrade.
O capataz do CTG falou das celebrações da semana Farroupilha no CTG de Sorocaba, que contou com comidas típicas, danças e palestras, além da tertúlia, uma roda de amigos que tomam chimarrão, cantam e declamam poemas. Ele também avisou sobre outra comemoração programada em celebração ao dia 20 de outubro, aniversário da entidade, que contará com uma grande festa no dia 28. “Já temos 70% dos ingressos vendidos”, avisou.
Desastre no sul – No programa, os convidados falaram sobre o desastre natural que atingiu o Rio Grande do Sul, com ciclone e tempestades que afetaram diversas cidades e deixando dezenas de mortos. Sorocaba organizou uma arrecadação de alimentos, envolvendo o CTG e a prefeitura, para ajudar a população gaúcha. “O que aconteceu foi uma catástrofe, uma tragédia. Sorte que tem o CTG e várias pessoas que ajudaram”, disse Silvano Junior.
Tradições – Entre os aspectos tradicionais da região sul, foram tratados o dialeto e as expressões típicas gaúchas, como “bah”, "tchê”, “lamber a cria”, “desabar o tempo”, “acabresto” entre outras.
Também foram abordadas as danças regionais, como fandango e sapateado, e a música tradicional, ao ritmo de gaita e violão, destacando também os trajes típicos, como a “bombacha” e o “vestido de prenda”. A “pala”, usada para proteção contra o tempo frio, é tradicional e de origem indígena. “O inverno é muito rigoroso”, disse Orestes. “Lá é muito frio”, completou Silvano Junior. O clima, aliá, influenciou no costume do gaúcho tomar chimarrão para esquentar o corpo. “É um chá, com folhas específicas para o chimarrão”, explicou o capataz do CTG.
A culinária típica do sul foi lembrada com o arroz de carreteiro e o churrasco, com a tradicional costela de chão. Segundo o capataz, a costela demora 12 horas para ser preparada. “Sai desmanchando”, disse Silvano Júnior. Outro prato típico é o sagu, de origem indígena na serra gaúcha.
Ao final, o capataz do CTG Fronteira Aberta avisou sobre as atividades realizadas pela entidade, como escolinha de poesia e aulas de acordeom, além do curso de dança gaúcha, gratuito e aberto a todos os interessados às quintas-feiras, 19h30, na sede do CTG, localizado na Rua Salto de Pirapora, nº 10, no jardim Leocádia (Iguatemi). “Estamos procurando levar um pouquinho da nossa cultura, em prol da entidade e da nossa cidade”, disse Orestes.