14/09/2023 15h53
atualizado em: 15/09/2023 08h08
Facebook

Programa Comissões em Debate teve a participação da vereadora Iara Bernardi (PT) e líder da União Sorocabana dos Estudantes Secundaristas.

A proposta de tarifa zero no transporte público municipal foi tema do programa Comissões em Debate, realizado na tarde desta quinta-feira, 14, com transmissão ao vivo pela Rádio e TV Câmara. Participaram da discussão a vereadora Iara Bernardi (PT) e a diretora da União Sorocabana dos Estudantes Secundaristas (Uses), Paola Paiva.

Iara Bernardi destacou a importância do tema por se tratar do acesso à população ao direito de ir e vir e ressaltou a realização de audiência pública agendada para esta sexta-feira, 15, com a presença do deputado federal Jilmar Tatto, autor de projeto para aplicação da tarifa zero em nível nacional. Paola Paiva contou sobre a eleição para a nova diretoria da Uses, realizada no Parque Tecnológico, e falou sobre a mobilização da entidade para o debate sobre temas como o passe livre estudantil. “Foi uma das primeiras pautas definidas”, disse.  

A vereadora contou que muitas pessoas de outros países se surpreendem com a gratuidade dos serviços oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o que deveria ser aplicado também a transporte. “O movimento do comercio, saúde, educação, tudo está relacionado ao transporte”, disse. Ela lembrou ainda da PEC proposta pela deputada federal Luiza Erundina, que propõe o transporte livre universal.

Segundo Iara, hoje são cerca de 12 milhões de passagem pagas por ano em Sorocaba, sendo que a prefeitura subsidia R$ 47 milhões para o transporte público. “Tem cidades aqui no Brasil que a tarifa zero é realidade” disse a vereadora citando o município de Piedade, na região de Sorocaba, como exemplo. “Se uma cidade pequena consegue, os também podemos”.

Para as convidadas, o transporte livre é uma questão de acesso à educação. “Existem grandes diferenças na qualidade do ensino público e particular. O transporte é mais um impedimento para ter acesso à educação. Não taxar o passe seria uma forma de diminuir essa desigualdade”, justificou Paola.

Iara lembrou da mudança na qualidade de vida dos idosos com a lei que garante transporte público intermunicipal a essa categoria, quando muitos puderam viajar. Segundo ela, é possível receber recursos federais e estaduais para subsidiar o transporte. “Se eu posso ter escola de graça, saúde pública e outros direitos, porque e não a mobilidade?’, questionou. A vereadora destacou que o projeto é democrático para permitir as pessoas ir e vir.

A vereadora pontuou que é possível implantar a tarifa zero por conta do subsídio pago pela prefeitura e a possibilidade de aumento de arrecadação de impostos. “A cidade funcionaria muito melhor, movimentaria todos os setores que teriam um incremento com a mobilização da população que poderia utilizar o transporte quando quisesse”, disse. Ela também destacou o benefício da redução do trânsito por conta da possibilidade do transporte gratuito, com pessoas deixando o carro na garagem.

No programa também foram abordadas questões voltadas à área da educação, como o modelo integral de educação. Segundo a vereadora, o horário atual de aula integral inviabiliza para muitos estudantes que necessitam trabalhar. “O governo tem oferecido tempo integral e não formação integral”, afirmou. Iara defendeu uma mudança o conteúdo formativo e a oferta de auxílio estudantil aos estudantes.

Paola contou que muitos estudantes têm abandonado o ensino integral para ir o regular pela necessidade de emprego. “É bem complicado essa questão, além de que tempo não quer dizer qualidade”, completou a estudante. Iara pontuou falta de professores e disciplinas básicas na grade curricular, que prejudicam os alunos que querem ingressas em uma universidade. “São Paulo tem um modelo falido”, disse, citando ainda falhas no material didático e a proposta de acabar com as apostilas impressas.

A vereadora defendeu a necessidade de formação integral, da creche ao ensino médio. As convidadas se mostraram preocupadas com alto número de evasão escolar, e também como novo modelo de Ensino Médio.  “Somente na (Escola Júlio) Bierrenbach, em Santa Rosália, forma 500 alunos que saíram”, informou Paola.