Programa da Rádio Câmara, com a participação do vereador Fabio Simoa e de representantes da Saúde e do Conselho da Mulher, deu enfoque à rede de acolhimento à vítima
A campanha “Agosto Lilás”, de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, foi tema do programa Radar Cidadão da Rádio Câmara desta segunda-feira, 28, com a presença do presidente da Comissão de Saúde, vereador Fábio Simoa (Republicanos), e a participação do coordenador de atenção básica da Secretaria da Saúde, Dr. Alexandre Ascênsio, e das representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, a enfermeira Ligia Costa e a Dra. Veraly Ferraz, que já esteve à frente da Delegacia da Mulher.
Com apresentação de Priscilla Radighieri, o programa abordou os diversos tipos de violência tipificados na Lei Maria da Penha, que vão desde ataques físicos, psicológicos e morais a até mesmo danos patrimoniais, podendo culminar no feminicídio. O debate também deu enfoque à rede de proteção e atendimento à mulher vítima de violência.
De acordo com pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança, a cada quatro horas, uma mulher sofre violência no Brasil. Fabio Simoa defendeu prevenção, informação, enfrentamento e retaguarda para as vítimas. “A Câmara de Sorocaba tem essa prerrogativa e obrigação de trabalhar com informação e propostas que tragam efetividade aos cidadãos, como é o caso da Campanha Agosto Lilás, com foco na segurança das mulheres”, destacou o vereador, ao defender a importância da realização das campanhas alusivas a temas importantes.
Sobre a atuação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Ligia Costa reforçou que o órgão tem função de articular as diversas ações de proteção e defesa da mulher, seja na área da saúde, educação, orientação e acolhimento, para sempre ofertar o melhor à vítima. As reuniões do conselho acontecem mensalmente, sempre às segundas segundas-feiras de cada mês.
Em seguida, Veraly Ferraz ressaltou que o feminicídio é o último grau da violência. “A gente tem a violência física, com a agressão, a moral, com o xingamento, a psicológica, que começa com o ciúme exagerado e que vai delimitando a ação da mulher, ou seja, vai impedindo que a mulher tenha uma vida normal, onde ela usa e faz o que ela quer”, explicou, citando ainda a violência patrimonial que faz parte do ciclo da violência e que dificulta a saída da mulher dessa situação de violência.
Rede de atendimento – Durante o programa foram abordados os meios de atuação dos órgãos responsáveis pelo atendimento à mulher vítima de violência física como o Cerem (Centro de Referência da Mulher), Cemae (Centro Municipal de Atendimento Especializado), CIM Mulher (Centro de Integração da Mulher), com a Casa Abrigo, além dos conselhos Tutelar e do Idoso, assim como as 33 UBSs. “Os profissionais estão sensibilizados para isso. Na Secretaria da Saúde, junto com a Vigilância, a gente tem um fluxo de como temos que receber essa mulher e para onde devemos encaminhá-la. Por isso, a gente pede para essa mulher que não fique em casa sofrendo essa violência, porque nós estamos aqui para poder ajudá-la da melhor forma”, ressaltou Ligia Costa.
O Dr. Alexandre Ascênsio, que coordena a atenção básica, também destacou que as UBSs são a porta de entrada para esse acolhimento. “Chegando na UBS, ela pode procurar pela enfermeira, que vai acolher essa paciente, conversar com ela e, se necessário, passá-la com um médico, para uma consulta”, disse, destacando que, se for violência física, é realizado o acolhimento para que seja feito o Boletim de Ocorrência, e, se for sexual, o direcionamento adequado, até mesmo com a realização dos exames laboratoriais. De acordo com o coordenador, neste ano já foram notificados 235 casos de violência na rede. “O importante é que ela venha, que nos procure, para que a gente possa dar o atendimento correto que ela precisa”, completou.
Sorocaba também foi a primeira cidade do interior paulista a ter uma Delegacia da Mulher, 24 horas, como lembrou a Dra. Veraly. Outro ponto abordado foi o aplicativo “Protege Mulher”, o antigo Botão do Pânico, como mais um importante serviço à disposição da mulher vítima de violência e ainda a necessidade da educação como meio de prevenção. Para levar mais informação às mulheres, o Conselho da Mulher, lançou o podcast, “Mulher Tudo Pode”, em parceria com a Rádio Câmara e que pode ser acessado pelo site do Legislativo no ícone Comunicação/Spotify.
O programa Radar Cidadão especial do “Agosto Lilás” foi transmitido ao vivo pela TV Câmara e ficará disponível no portal do Legislativo e nas redes sociais da Casa.