16/08/2023 17h24
atualizado em: 17/08/2023 09h22
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Durante o evento, realizado na tarde desta quarta-feira, 16, foi feita a entrega do “Selo Amigo Lixo Zero”.

O Dia Municipal do Lixo Zero foi tema de audiência pública na Câmara Municipal de Sorocaba, realizada na tarde desta quarta-feira, 16, por iniciativa do vereador Ítalo Moreira e com a participação de representantes de entidades da sociedade civil e munícipes, interessados no debate de políticas públicas e iniciativas sobre o assunto. Durante o evento também foi realizada a entrega do “Selo Amigo Lixo Zero” a pessoas dedicadas a desenvolver ações para a redução de resíduos sólidos na cidade.

Além do parlamentar, que presidiu a sessão, a mesa principal do evento contou com a participação de Tatiane Paixão, representante do Capitalismo Consciente Sorocaba; Paulo Gianolla, consultor de design; Argemiro Sousa, do Coletivo Lixo Zero Sorocaba; e Marcela Mendes, do Combina Design.

De acordo com Ítalo Moreira, a cidade descarta anualmente milhões de reais em resíduos que são destinados ao aterro sanitário em Iperó. “Isso seria riqueza que poderia ser reciclada, gerando receitas para o município e uma economia circular”, disse. O vereador destacou ainda as possibilidades de compostagem e geração energética com os resíduos descartados.

No início da audiência, o parlamentar fez a entrega do Selo “Amigo Lixo Zero” para o professor Dr. Renan de Oliveira, representando a Universidade de Sorocaba (Uniso); aos proprietários da Mr. Bowls Ltda, ao munícipe Júlio César da Silva Nascimento, e a Alexandro Lucas dos Santos, diretor da Escola Duljara Fernandes de Oliveira, representando a Associação de Pais e Mestres da mesma entidade de ensino. Todos receberam certificado da Câmara de Sorocaba por realizar atividades voltadas para conscientização e redução de resíduos.

Na sequência, Tatiane Paixão falou sobre a possibilidade de convergência entre o capitalismo, o consumo consciente, a não geração de resíduos e a valorização do meio ambiente. Ela falou sobre o trabalho do instituto Capitalismo Consciente e a busca pelas metas da Agenda 2023 da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre sustentabilidade. Também pelo Capitalismo Consciente, Daniela Garcia, CEO do grupo, apresentou uma palestra remota para explicar sobre o objetivo da entidade de inserir nas empresas da iniciativa privada o conceito de capitalismo consciente como diferencial competitivo.

Paulo Gianolla tratou do design como ferramenta para construção de ecossistemas. Segundo ele, a pandemia trouxe a reflexão sobre os impactos da humanidade no dia a dia e a necessidade de recursos cada vez maior. Para o especialista, o ser humano modificou completamente o ecossistema e, atualmente, existe uma necessidade de buscar soluções para resolver os problemas que atuais e futuros, e muitas vezes os exemplos estão na própria natureza.

Marcela Mendes também falou sobre como o design pode atuar e contribuir para a redução de resíduos e na busca pelo lixo zero. Segundo ela, o design vai além do desenho, e abarca usabilidade, tecnologia, criatividade entre outros conceitos para melhorar a vida das pessoas. “O design não está somente atrelado a trazer produtos e serviços na questão estética”, disse. Ela destacou que o papel do design hoje é trazer ideias para transformação do meio ambiente. “Contribuir para o bem comum de todos”, resumiu, lembrando que “a natureza é o nosso bem principal”. Como exemplo de iniciativas sustentáveis, pontuou produtos criados com materiais reciclados, de móveis a prédios.

Já a artesã Rosangela Carnelos Araújo, convidada a participar do evento, explicou sobre a ressignificação de resíduos para criação de arte e apresentou objetos criados com o reaproveitamento de materiais, que já foram até mesmo peças de exposição. “Usamos de tudo, frigideira, cabo de vassoura, latinhas, garrafas, ferro”, contou. Segundo ela, todo material é encontrado em caçambas de entulhos ou doações. Da mesma forma, a professora Maria Tereza Meleti explicou sobre o projeto Bonecando, de produção de bonecas artesanais com reaproveitamento de materiais descartados, que reúne pessoas interessadas na atividade para complementação de renda e conscientização ambiental.

Representando o coletivo Lixo Zero, Argemiro Sousa destacou a importância da mobilização da sociedade na questão do ESG, sigla em inglês que define as práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. “Só funciona se tiver engajamento nosso, de perceber isso nos produtos que estamos adquirindo. Se não está com responsabilidade social e ambiental eu não vou adquirir. Havendo engajamento, haverá transformação”, resumiu.

A Audiência Pública foi transmitida ao vivo pela TV Câmara Sorocaba e está disponível na integra nas redes sociais do Legislativo sorocabano (YouTube e Facebook).

Dia do Lixo Zero e selo Amigo do Lixo Zero - Instituído pelo Decreto Legislativo nº 1.888, de 30 de setembro de 2021, de autoria do vereador Ítalo Moreira, o selo Amigo do Lixo Zero é outorgado pela Câmara Municipal de Sorocaba, com o propósito de estimular pessoas físicas e jurídicas a contribuírem com projetos voltados para a redução de resíduos sólidos ou educação ambiental.

Já o Dia e a Semana Municipal do Lixo Zero foram instituídos pela Lei nº 11.290, de 30 de março de 2016, do então vereador José Crespo, modificada pela Lei nº 12.402, de 21 de outubro de 2021, do vereador Ítalo Moreira, estabelecendo que o Dia do Lixo Zero será comemorado, anualmente, em 14 de agosto e a Semana do Lixo Zero, entre os dias 22 e 31 de outubro.