22/09/2010 17h26
 

Não houve interessados nas áreas leiloadas, e a decisão da Justiça, segundo o vereador João Donizeti (PSDB), garante a moradia das famílias

 

O Tribunal de Justiça do Estado excluiu do leilão realizado na tarde de quarta-feira (22) a área de mais de 60 mil metros quadrados onde moram cerca de 330 famílias do Jardim Iporanga II. A decisão da Justiça de não leiloar a área onde há moradias foi tomada após a análise das medidas judiciais tomadas pela Secretaria de Negócios Jurídicos da Prefeitura e também pela advogada Emanuela Barros, que representa os moradores.

 

Para o vereador João Donizeti (PSDB), que há anos acompanha a luta dos moradores do Iporanga II para preservar suas moradias, trata-se de mais uma vitória das famílias, que vinham sendo ameaçadas com o leilão da área. O vereador enfatizou o esforço da advogada que representa as famílias, que passou toda a segunda-feira na Vara da Justiça de Osasco, com o objetivo de impedir o leilão das áreas onde há moradores.

 

Em 21 de agosto último, João Donizeti esteve no Iporanga II, juntamente com o prefeito Vitor Lippi, e obteve do prefeito o compromisso de que a Prefeitura irá trabalhar pela regularização fundiária do bairro. “O prefeito também se comprometeu a pavimentar as ruas do Iporanga II e construir um centro comunitário no bairro”, salienta João Donizeti, que, por meio de seu chefe de gabinete, Márcio Rodrigues, se fez representar no leilão desta quarta-feira.

 

História de lutas — A primeira tentativa de levar a leilão a área onde está situado o Iporanga II ocorreu em 31 de março deste ano. O vereador João Donizeti mobilizou as famílias do bairro e conseguiu que prefeito Vitor Lippi determinasse ao setor jurídico da Prefeitura o ingresso na Justiça com um pedido de suspensão do leilão. Na época, o pedido foi acatado pelo juiz José Carlos Metroviche e o leilão foi suspenso.

 

Entretanto, como a decisão era provisória, um novo leilão acabou sendo marcado para o dia 22 de setembro, o que levou os moradores a se mobilizarem, juntamente com sua advogada e o vereador João Donizeti, no sentido de impedir que ele fosse realizado. O líder comunitário Francisco Assis Valério, mais conhecido como Gilson, comemorou a nova decisão da Justiça: “Trata-se de mais uma batalha vencida, mas ainda temos muita batalha pela frente” — afirmou, reiterando que os moradores continuarão mobilizados.

 

A exemplo de João Donizeti, a advogada Emanuela Barros também acredita que os moradores influenciaram na decisão do Tribunal de Justiça: “Eles alertaram a Câmara e a Prefeitura, que trabalharam junto ao Poder Judiciário para que conseguíssemos esta liminar. Agora vamos lutar para regularizar o Iporanga II e assim possibilitar que os moradores tenham direito de propriedade”.