De autoria do vereador José Crespo (DEM), projeto estabelece prioridade para vítimas de violência doméstica na rede municipal de saúde
Projeto de lei que prioriza, na rede pública municipal de saúde, o atendimento de pessoas vítimas de violência doméstica e familiar, da qual resulte dano à sua integridade física e estética, será enviado ao prefeito Vitor Lippi (PSDB). Defensor da independência do Legislativo, o vereador José Crespo (DEM) só concordou com o envio da matéria ao Executivo depois de solicitação formulada pelo líder do prefeito na Casa, José
O projeto de Crespo estabelece a prioridade de atendimento psicoterápico e de cirurgia plástica reparadora na rede pública municipal de saúde de Sorocaba para pessoas vítimas de violência doméstica e familiar. “A proposta caracteriza a ocorrência de dano físico e estético quando a pessoa passa a apresentar, em decorrência de violência doméstica e familiar, qualquer deformidade ou deficiência em relação aos parâmetros reconhecidos pela comunidade médica”, explica o vereador, lembrando que seu projeto beneficia, sobretudo, as mulheres, as maiores vítimas desse tipo de violência.
Pelo projeto de Crespo, que, no seu entender, não traz nenhuma despesa para a Prefeitura, após a efetiva comprovação da agressão sofrida e da existência de dano à integridade física da vítima, deve ser realizado, prioritariamente, o procedimento cirúrgico a fim de sanar a deformidade. Ao protocolar o projeto na Câmara, Crespo salientou que, quando uma pessoa é vítima de violência física, muitas vezes ela passa a expor as cicatrizes ou danos físicos que podem até afastá-la de suas rotinas.
“O reparo desses danos pelo atendimento na área de cirurgia plástica pode fazer tal pessoa recuperar a auto-estima e devolvê-la para a vida e o trabalho. Esse processo de recuperação, contudo, é longo e necessita de um atendimento multidisciplinar no que se refere a questões psicológicas, financeiras e de saúde pública”, argumenta o vereador.
Crespo observa que, quando a violência doméstica ocorre em famílias de bom poder aquisitivo, no geral a vítima tem plano privado de saúde e, portanto, acesso à cirurgia plástica reparadora. “Por outro lado, nos casos em que o ato violento envolve famílias de baixa renda, a vítima de uma agressão não tem condições de arcar com os custos de uma cirurgia plástica reparadora dos danos físicos decorrentes, daí a importância da nossa proposta”, enfatiza Crespo, acrescentando que, pelo que ficou acordado em plenário, a manifestação do prefeito sobre o projeto deverá acontecer até o dia 3 de setembro.
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