A iniciativa é do vereador João Donizeti (PSDB), que denuncia o projeto de reforma como um “verdadeiro crime ambiental”
A Câmara Municipal de Sorocaba aprovou moção de repúdio à reforma do Código Florestal Brasileiro, que está tramitando na Câmara dos Deputados sob a liderança do deputado Aldo Rebelo (PC do B de São Paulo). “Se o código for aprovado, em duas ou três décadas, vamos perder o patrimônio ambiental que nos temos”, afirmou João Donizeti (PSDB), autor da moção de repúdio.
“Cerca de 80% das terras do agronegócio são destinadas a apenas quatro produtos: soja, milho, cana e pecuária bovina. E todos esses produtos são destinados basicamente à exportação, beneficiando apenas cinco transnacionais: Bunge, Cargill, ADM, Dreyfuss e Monsanto”, afirmou João Donizeti
Para João Donizeti, é preciso rever alguns conceitos vigentes sobre o agronegócio, que o apontam como grande responsável pelo superávit da balança comercial do país e um dos pilares da economia. “O agronegócio emprega apenas 10% dos 17 milhões de trabalhadores rurais brasileiros. O restante está na agricultura familiar, que é o setor que mais emprega no campo. Entretanto, a agricultura familiar não dispõe dos 90 bilhões de reais destinados aos grandes detentores do agronegócio”, compara o vereador".
A moção de repúdio, segundo João Donizeti é um passo importante no sentido de mobilizar os sorocabanos contra à reforma do Código Florestal: “Esse não é um problema do Congresso Nacional, mas de todos nós. A Câmara Municipal não pode, obviamente, legislar sobre a matéria, mas nós, vereadores, assim como os demais cidadãos, temos o dever de nos inteirar desse assunto para evitar que seja perpetrado esse verdadeiro crime contra o nosso patrimônio ambiental.
Entre os “muitos atentados que a reformulação do Código Florestal representa contra o meio ambiente”, o vereador destaca quatro: a anistia para quem cometeu crimes ambientais; o fim ou redução da obrigatoriedade de reserva legal na propriedade; o aumento do limite do desmatamento; e a transferência para os Estados da responsabilidade legislativa sobre o assunto. João Donizeti é taxativo: “Cada uma dessas propostas é uma bomba de efeito retardado armada contra o meio ambiente”.