O presidente da Urbes, Renato Gianolla, foi sabatinado pelos vereadores, que farão balanço das oitivas com diretores da empresa
A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Transportes ouviu, nesta sexta-feira (23), o presidente da Urbes, Renato Gianolla. O presidente afirmou que a intervenção na empresa Transporte Coletivo Sorocaba (TCS), para garantir a manutenção do serviço de transporte no município, foi causada por um problema pontual e que a empresa “sempre operou muito bem”.
Gianolla resumiu os motivos que levaram a intervenção da TCS: falta de pagamento relacionada a questões trabalhistas, dívidas pendentes, que representavam riscos técnicos para a frota, pagamento de combustível e salários e a intervenção de três empresas sócias que poderiam afetar diretamente a TCS, além da falta de acesso ao setor financeiro da empresa. “A grande falha no sistema foi na TCS que não soube gerir os recursos”, disse.
O acompanhamento pela Urbes e Prefeitura do setor financeiro e do pagamento de encargos trabalhistas pela empresa foi um temas levantados pelos membros da CPI, inclusive pelo presidente
Questionado pelo vereador Izídio de Brito (PT) sobre o futuro do gerenciamento do transporte público, Gianolla informou que atualmente a Administração está “fiscalizando com muito mais rigor”, mas que a Urbes não pode gerir a empresa concessionária. O presidente completou dizendo que não acredita que possa haver algo semelhante novamente na cidade.
Gianolla foi o quinto integrante da Urbes a prestar esclarecimentos sobre a administração do transporte público de Sorocaba e conseqüentemente sobre a intervenção na empresa Transporte Coletivo Sorocaba (TCS). O vereador Moko Yabiku parabenizou o presidente da Urbes e demais diretores da empresa pelas explanações na Câmara.
A exemplo do que ocorreu nas demais oitivas com os demais diretores da Urbes, Renato Gianola respondeu a dezenas de perguntas do vereador José Crespo (DEM). Uma das preocupações do vereador foi com a idade da frota, que, segundo Gianola, é de três anos, com idade máxima, exigida em edital.
José Crespo também indagou sobre o transporte especial para as pessoas com dificuldade de locomoção. Gianola informou que a Urbes atende mais de 500 pessoas com necessidades especiais. “Tentamos fazer justiça na ordem de prioridade. E o acompanhante goza de gratuidade no transporte”, afirmou o diretor.
Crespo também questionou a contratação de consultorias privadas por parte da Urbes e quis saber se elas são pagas com dinheiro do caixa único. Gianola disse que o dinheiro não sai do caixa único, mas da Prefeitura, e garantiu que funcionários da Urbes não trabalham para essas assessorias.
Crespo também cobrou maior variação nos tipos de ônibus utilizados no sistema, lembrando que, em Curitiba, há oito tipos de ônibus, enquanto em Sorocaba há apenas dois tipos. Gianola disse que já se tentou colocar novos tipos de ônibus, inclusive microônibus, mas que a experiência não deu certo, ainda que não esteja descartada no futuro.
Crespo recebeu a denúncia de que as despesas com café da manhã de empresários e funcionários das operadoras estavam sendo pagas com dinheiro do caixa único. Gianola explicou que não se trata de café da manhã para empresários, mas de um café da manhã normal (“não é café da manhã de hotel”) apenas para os funcionários, que entra como cesta básica, a exemplo de outros benefícios, acertados em acordo coletivo com o sindicato.
O vereador do DEM também fez perguntas sobre a gratuidade de idosos, crianças, categorias profissionais como militares e funcionários dos correios e membros do sindicato dos condutores, além dos programas especiais, como o Domingão. Crespo solicitou a Gianola que encaminhe à CPI quanto custam para o sistema essas gratuidades.
Ao final da oitiva, o presidente da CPI dos Transportes, vereador
Além de Renato Gianola, já tinham sido ouvidos, anteriormente, os diretores Celso Bersi (diretor de Transportes), Roberto Bataglini (diretor de Trânsito), Gilvana Bianchini (diretora Financeira) e Lucia Graziosi (diretora jurídica). Agora, os vereadores retomam as reuniões para discussão do que foi apurado, inclusive decidindo se há necessidade de convocar novos depoentes.
A CPI dos Transportes é formada pelos vereadores Carlos Cezar (PSC), José Caldini Crespo (DEM), Francisco Moko Yabiku (PSDB), Izídio de Brito Correia (PT), Antônio Carlos Silvano (PMDB) e Luis Santos (PMN).