25/03/2010 18h32
 

Câmara Municipal recebe visita de diretor do Saae

Por iniciativa de José Crespo (DEM), Geraldo Caiuby respondeu perguntas sobre a individualização dos hidrômetros

 

O diretor do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Geraldo Caiuby, visitou a Câmara Municipal de Sorocaba, no final da sessão ordinária desta quinta-feira (25) para discutir a questão da individualização dos hidrômetros nos conjuntos habitacionais antigos. A visita do diretor do Saae participou de iniciativa do vereador José Crespo (DEM), que realizou recente audiência pública sobre o assunto.

 

Depois de sua explanação inicial, Geraldo Caiuby foi questionado pelos vereadores, começando por José Crespo (DEM). O vereador observou que, na cidade de Franca, a individualização dos hidrômetros foi considerada um direito do consumidor, mas que, em Sorocaba, “os moradores até estão dispostos a arcar com o custo do serviço, desde que não tenham que pagar um preço exorbitante”.

 

José Crespo salientou que cobrança do consumo de água mediante hidrômetro único provoca uma grave injustiça social, penalizando famílias que gastam menos. O vereador também observou que esse sistema também gera uma inadimplência que se torna uma bola de neve, já que o Saae não pode cortar a água. “A individualização dos hidrômetros iria reduzir sensivelmente a inadimplência”, enfatizou.

 

O vereador também criticou o fato de o Saae exigir que os hidrômetros sejam instalados apenas no térreo, não permitindo que sejam colocados na laje do prédio (como ocorre no município de Votorantim), sob a alegação de que isso dificulta o trabalho do leiturista do hidrômetro. Cláudio do Sorocaba I (PR) defendeu que, pelo menos nos edifícios onde os hidrômetros já estão instalados na laje, essa disposição dos aparelhos deveria ser aproveitada, sem precisar trocá-los.

 

Geraldo Caiuby lembrou que os novos projetos habitacionais já possuem hidrômetros individualizados e afirmou que muitos edifícios que resolveram instalar hidrômetros individuais o fizeram em “verdadeiros alçapões colocados na laje”, que tornam muito difícil o trabalho de leitura. “Quando se vai fazer esse tipo de serviço, é preciso buscar a orientação do Saae”, salientou.

 

Defendendo medidas por parte do Saae que facilitem a individualização dos hidrômetros, o vereador Carlos Cezar (PSC) observou que alguns conjuntos habitacionais já acumulam dívida com o Saae em patamar superior a 1 milhão de reais. Corroborando o vereador do PSC, Cláudio do Sorocaba I observou que “essas dívidas ficarão impagáveis” e defendeu que todos os órgãos competentes trabalhem em conjunto para resolver o problema.

 

Luis Santos (PMN) observou que a individualização dos hidrômetros “é uma questão de justiça social, de sensibilidade, e também defendeu um esforço conjunto para se chegar a um consenso”. Já Rozendo de Oliveira (PV) calculou que o Saae, devido à inadimplência gerada pelos hidrômetros coletivos, pode estar perdendo milhões de reais. “Esses recursos poderiam estar sendo usados para investimento”, ressaltou.

 

Izídio de Brito (PT) propôs que, até que sejam instalados hidrômetros nos conjuntos habitacionais antigos, a dívida desses conjuntos com o Saae poderia ser congelada pela autarquia, parando a cobrança de água e retomando a negociação do débito depois que o problema estivesse solucionado. Já Emilio Ruby (PMN) reclamou da falta de água na região da Vila Helena, cobrando melhorias no abastecimento da região. Neusa Maldonado também enfatizou a importância de se chegar a uma solução conjunta para o problema.

 

Respondendo à indagação dos vereadores, Geraldo Caiuby afirmou que “não falta sensibilidade” ao Saae para resolver o problema, mas enfatizou que a individualização dos hidrômetros tem um custo e que o Saae não tem como bancar esse serviço para o consumidor. “Se bancarmos o hidrômetro e sua instalação, quem vai acabar pagando é o povo, porque nenhum órgão público tem dinheiro próprio”, explicou.

 

Caiuby fez questão de enfatizar que o Saae está muito empenhado em individualizar o máximo de hidrômetros na cidade. Também disse que o Saae já parcelou em 60 vezes a dívida de um prédio que fez a individualização. Quanto ao problema de difícil acesso dos hidrômetros para os leituristas, o diretor do Saae apontou a instalação de hidrômetros eletrônicos como uma possível solução, já que seu custo, segundo ele, não é muito superior ao hidrômetro comum.

 

Questionado por José Crespo a respeito da quantidade de conjuntos habitacionais que ainda têm hidrômetro único e também a respeito dos prazos para solucionar o problema, Geraldo Caiuby se comprometeu a apresentar um estudo, na próxima semana, com todos esses dados, a partir dos quais seria possível, segundo ele, estabelecer estratégias e delimitar prazos.

 

Ao final da visita de Geraldo Caiuby, também estiveram presentes na Câmara Municipal a secretária de Meio Ambiente, Jussara de Lima, e o professor André Cordeiro dos Santos, presidente da Agência da Bacia Hidrográfica do Sorocaba e Médio-Tietê e representante da Universidade Federal de São Carlos no Comitê de Bacia. Eles falaram sobre a notícia veiculada pela imprensa de que haveria um reajuste mensal de 5 reais na tarifa de água.

 

O professor André Cordeiro dos Santos falou sobre os Comitês de Bacia e afirmou que houve um mal-entendido em relação a um possível aumento na tarifa de água, uma vez que havia falado em 5 reais por ano e não por mês, além disso, de forma genérica. Por sua vez, Geraldo Caiuby observou que o novo modelo de cobrança pelo uso da água obedece à legislação estadual e disse que a questão será discutida no orçamento do próximo ano.