18/03/2010 18h32
 

Iniciativa foi do vereador Ditão Oleriano (PMN), preocupado com o uso de álcool por parte de jovens em eventos da Secretaria da Cultura.

 

Além do secretário Roberto Juliano (Parcerias), convidado por iniciativa dos vereadores petistas Francisco França e Izídio de Brito, também foram ouvidos pela Câmara Municipal, na tarde desta quinta-feria (18), os secretários Anderson Santos (Cultura), José Milton da Costa (Segurança Comunitária), Edith Maria Di Giorgi (Juventude) e Rodrigo Moreno (Administração e Governo).

 

Por iniciativa do vereador Ditão Oleriano (PMN), eles foram convidados a explicar as festas promovidas pela Prefeitura nos parques municipais em que, entre outros problemas, tem ocorrido o uso de bebida alcoólica. Também participaram da audiência o delegado da Infância e Juventude, José Augusto de Barros Pupin, da Polícia Civil; o presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Paulo Mortari; e o representante do Conselho Tutelar, Guilherme Caniello.

 

“Estamos perdendo a batalha para o mal. Quem não vê isso é porque não está nas ruas. Hoje, de cada dez jovens, uns oito estão nas drogas. Os parques municipais foram feitos para as famílias, não para brigas, festas, overdoses. A Prefeitura não precisa promover as festas loucas que está promovendo”, afirmou Ditão Oleriano, que se mostrou indignado com a excessiva permissividade em que, segundo ele, vive a juventude. “O jovem faz o que quer, está matando para ver o tombo”, sustentou.

 

Em resposta ao vereador, o secretário da Cultura, Anderson Santos, afirmou: “A indignação do senhor é minha também. Não realizamos eventos com esse objetivo, mas, infelizmente, acontecem excessos. Esse é um problema de toda a nossa sociedade”. Benedito Oleriano também fez críticas ao Conselho Tutelar, que, segundo ele, “não tem nenhum significado”, e criticou o fato de a Guarda Municipal vigiar a entrada de eventos em que se vende bebida alcoólica. O secretário de Segurança Comunitária, depois de protestar contra a crítica do vereador, acabou concordando com ela.

 

Falta de planejamento — A adoção de música eletrônica em eventos da Prefeitura foi criticada pelo representante da Polícia Civil, mas os vereadores Geraldo Reis e Rozendo de Oliveira, do PV, entre outros participantes do debate, defenderam a pluralidade de ritmos nas festas promovidas pela Prefeitura. Rozendo de Oliveira afirmou que os distúrbios que ocorreram nessas festas decorreram de “falha técnica”, já que, segundo ele, “faltou o devido planejamento logístico, que deve envolver, com antecedência, outras secretarias e autoridades”.

 

O vereador Izídio de Brito defendeu a integração das secretarias municipais no sentido de desenvolver uma política de ocupação dos parques da cidade e alertou que se providências não forem tomadas de imediato, podem ocorrer novos fatos desagradáveis. Paulo Mortari, presidente do Conselho da Criança e do Adolescente, enfatizou que a prevenção é o melhor caminho para evitar problemas com os jovens. Já a vereadora Neusa Maldonado ressaltou a crise de valores vivida pelos juventude e salientou que “é hora de termos humildade para pensarmos em Deus”. Já a secretária Edith Di Giorgi defendeu a implantação de mais políticas públicas destinadas aos jovens e observou que a Secretaria da Juventude representa um avanço nesse sentido.

 

Conselho Tutelar — O vereador Anselmo Neto defendeu o Conselho Tutelar das críticas feitas por Ditão Oleriano, ressaltando sua importância, e questionou o secretário de Cultura a respeito das parcerias que sua pasta faz com emissoras de rádio na promoção de eventos. Segundo Neto, há insinuações de que o secretário, por ser radialista de uma emissora local que faz parceria com a Prefeitura, teria interesse particular nessas parcerias. Anderson Santos agradeceu, segundo ele, a oportunidade de esclarecimento da questão e salientou que sua pasta faz parceria com praticamente todos os veículos de comunicação da cidade, o que, segundo ele, é imprescindível para a promoção dos eventos.

 

O representante do Conselho Tutelar, Guilherme Caniello, também falou na audiência e defendeu o órgão que preside. “Sempre que solicitados a comparecer nesses eventos da Prefeitura, estivemos presentes, mesmo quando tínhamos menos conselheiros”, afirmou. Segundo ele, está havendo um investimento muito grande no Conselho Tutelar por parte do poder público. E ressaltou: “A importância desse órgão é muito grande e vai além da fiscalização, com mais de 30 atendimentos diários, junto à população mais carente”.

 

Guarda Municipal — Outro assunto que voltou a suscitar polêmica foi a escolta fornecida pela Guarda Municipal ao pastor Valdemiro Santiago Oliveira, que, segundo o secretário José Milton da Costa, foi um “procedimento de rotina”, adotado também no caso de atletas e de líderes de outras religiões, como o Papa. O presidente da Casa, Marinho Marte, voltou a contestar a referida escolta, no que foi secundado por Anselmo Neto (PP), que lembrou que somente o Papa, como chefe de Estado, teria direito à escolta e que pastores, padres e outros líderes religiosos não têm esse direito.

 

O vereador Geraldo Reis defendeu a Guarda Municipal das críticas que tem recebido da imprensa e disse que a categoria profissional quer participar ativamente do seu projeto de reestruturação, que está sendo estudado pela Prefeitura. “É essencial que os guardas e tenham acesso ao projeto para que haja tempo hábil de examiná-lo”, enfatizou. O secretario José Milton da Costa assumiu o compromisso de levar o pleito de Geraldo Reis ao vice-prefeito José Ailton e o secretário Rodrigo Moreno garantiu que o anteprojeto será amplamente debatido, inclusive mediante audiência pública que será solicitada à Casa.