18/03/2010 17h21
 

Populares presentes na platéia puderam participar diretamente do debate com o secretário Roberto Juliano

 

Por solicitação dos vereadores do PT, Francisco França e Izídio de Brito, o secretário municipal de Parcerias, Roberto Juliano, foi um dos secretários municipais que visitaram a Câmara Municipal de Sorocaba na tarde desta quinta-feira (18), logo após a sessão ordinária. O secretário falou especialmente sobre a coleta seletiva de lixo, que é objeto de projeto de lei de autoria do vereador Izídio de Brito (PT).

 

O vereador petista defendeu a remuneração das cooperativas de reciclagem de lixo. Pelos cálculos de Izídio de Brito, por não investir devidamente na coleta seletiva e na reciclagem, o município está “enterrando 5 milhões de reais, com a empresa Gomes Lourenço, e deixando de arrecadar 14 milhões de reais com a coleta seletiva e a reciclagem”.

 

“Não estamos enterrando tanto lixo como enterrávamos em janeiro passado”, afirmou o secretário, informando que a secretaria tem feito parceria com as cooperativas de reciclagem e que foi implantado um projeto experimental com o objetivo de qualificar o trabalho das referidas cooperativas. “Nesse projeto-piloto, com a Cooperativa Catares, a coleta é mecanizada, com um caminhão em lugar dos carrinhos”, explicou, acrescentando que os estudos devem ser concluídos em 30 dias.

 

Tarefa complexa — O vereador João Donizeti (PSDB) defendeu o projeto de coleta seletiva do vereador Izídio de Brito, que, no seu entender, é muito bom e também defendeu uma política efetiva de reciclagem de lixo no município. “Sorocaba produz entre 450 e 500 toneladas de lixo domiciliar por dia, mas reciclamos apenas de 1 a 2 por cento desse total, quando poderíamos reciclar até 20%, o que daria em torno de 100 toneladas/dia”, informou o vereador tucano, que preside a Comissão de Estudos do Lixo. João Donizeti ressaltou que a Prefeitura já ajuda muito as cooperativas, mas que é necessário ajudar mais.

 

O secretário Roberto Juliano afirmou que aumentar o percentual de reciclagem para 20% é uma meta da Prefeitura, mas se trata de uma tarefa complexa. “Precisamos conscientizar o cidadão e também conscientizar os cooperados, por isso, estamos trabalhando com as cooperativas e com as universidades”, afirmou o secretário. “Hoje, no dia em que o cooperado não quer trabalhar, ele não vai. É preciso conscientizar o catador e a população, para que haja um nível de confiabilidade em relação à coleta”, enfatizou.

 

O vereador Rozendo de Oliveira disse concordar com Izídio de Brito de que Sorocaba enterra dinheiro ao não investir em reciclagem. Também se queixou da demora dos estudos que estão sendo realizados pela secretaria de Parcerias. “O projeto de Izídio de Brito já está há sete meses em estudo”, observou, defendendo que a própria secretaria tenha um projeto efetivo para apresentar ao prefeito Vitor Lippi.

 

Segundo o secretário Roberto Juliano, esse projeto já está sendo elaborado para ser apresentado ao prefeito. “Estamos ouvindo todo mundo. As universidades, como a Uniso, por exemplo, tem sido importantes nesse trabalho”, afirmou. Entretanto, o secretário foi contestado por alguns representantes de cooperativas, que se queixaram da falta de apoio da Secretaria de Parcerias. O secretário respondeu que os contratos feitos com as cooperativas estão sendo cumpridos.

 

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Sérgio Ponciano, elogiou a decisão do presidente da Casa, Marinho Marte (PPS), de permitir que a platéia participasse do debate, fazendo perguntas aos secretários, e defendeu que os servidores públicos municipais sejam chamados a participar do trabalho de conscientização da população a respeito da necessidade da reciclagem de lixo.