19/02/2010 12h21
O governo federal dispõe de três programas para formação e qualificação de trabalhadores, mas a prefeitura de Sorocaba não aderiu a nenhum deles. Esses programas e as formas da cidade aceder a eles serão temas de uma audiência pública que acontecerá na próxima segunda-feira, dia 22, às 19h, na Câmara Municipal. A iniciativa é do vereador Izídio de Brito Correia (PT).

 

A principal diferença dos cursos federais em comparação com outros cursos de capacitação, segundo a ex-deputada federal e atual representante do Ministério da Educação (MEC) no estado de São Paulo, Iara Bernardi, é que, além de serem gratuitos, oferecem aos trabalhadores formação regular até o ensino médio e cursos de qualificação nas mais diversas áreas, como indústria, comércio, serviços e agricultura.

Para o vereador petista, Sorocaba precisa se mobilizar pela implantação dos programas federais de educação e qualificação profissional, sob o risco da Case, a Toyota e outras empresas terem que buscar mão-de-obra qualificada fora da cidade e da região. “Pensando nisso é que espero contar com a participação de representantes da prefeitura, empresários, professores e metalúrgicos, além de toda a população, que é a maior prejudicada pela ausência desses programas em nossa cidade”, ressalta Izídio.

A audiência contará com a palestra do Mestre em Educação sobre a História da Educação Profissional, Celso João Ferretti. Já confirmaram presença o reitor em exercício do Instituto Federal de Educação Tecnológica de São Paulo, Prof. Garabed Kenchian, o reitor da Universidade de Sorocaba, Prof. Dr. Fernando de Sá Del Fiol, o diretor do Departamento de Ação Regional da FIESP São Paulo, Alexandre Eugênio, do diretor geral do Campus Salto do Instituto de Educação Tecnológica, José Antônio Neves e do Secretário de Educação de Salto, Wilson Roberto Caveden.

Escolas federais

Um dos programas do governo Lula instala Institutos Federais de Educação Tecnológica (IFE), conhecidos como escolas técnicas federais. Os municípios de Salto, Boituva, São Roque, Capivari e Itapetininga já possuem suas escolas federais. Sorocaba ainda não.

Somente nos IFEs o governo Lula vai investir R$ 1,1 bilhão e abrir 190 mil vagas até 2011. Além desse, o governo também oferece os programas Eja-FIC e Brasil Profissionalizado.

Para o vereador Izídio, a audiência pública será o primeiro passo, visando a sensibilização do poder público municipal e de outros setores que podem contribuir para credenciar Sorocaba a esses programas.

A representante do MEC esclarece também que, para ganhar uma escola técnica federal, por exemplo, a prefeitura precisa apenas ceder o terreno. Toda a estrutura, a metodologia, os professores, a manutenção são providenciados pelo governo federal. Os cursos são gratuitos. “A prefeitura de Sorocaba cedeu um terreno para outra unidade do Senai em Sorocaba, mas parece não se interessar pelos programas federais de educação e qualificação”, afirma Iara.

Falta interesse

Segundo Iara Bernardi, o reitor do Instituto Federal, Arnaldo Augusto Ciquielo Borges, já se dispôs a vir para Sorocaba conversar com o prefeito Lippi (PSDB) e seus secretários, mas não houve interesse por parte do Paço.

Em outro programa federal, o Brasil Profissionalizado, as escolas técnicas do Centro Paula Souza em Sorocaba (Rubens de Faria e Fernando Prestes) se credenciaram para receber recursos, independente da prefeitura.

A Etec Fernando Prestes não foi contemplada porque o terreno onde ela está instalada, no jardim Paulistano, não está regularizado, apesar de ser de propriedade da prefeitura.

Programas federais disponíveis

IFE - Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia - Tem como objetivo integrar e reorganizar os Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) em uma mesma região. Devem consolidar e fortalecer o ensino, a pesquisa aplicada e contribuir para o desenvolvimento dos arranjos produtivos locais. Cabe o município que solicitar um IFE a cessão de prédio ou terreno para construção.

Eja FIC - Tem como objetivo combinar elevação de escolaridade com ensino profissional.  Integra as ações do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (PROEJA). O programa combina a conclusão do ensino fundamental com a certificação profissional. O trabalhador adquire ao mesmo tempo o diploma do ensino fundamental e a certificação profissional.

Brasil Profissionalizado - Modernização da rede pública de ensino médio integradas à educação profissional. Os Estados ou municípios devem apontar necessidades de construção, ampliação e reforma de escola, laboratórios científicos e tecnológicos, equipamento e mobiliário, formação de profissionais de educação e acervo bibliográfico.

 

(Assessoria de Imprensa – Vereador Izídio de Brito de Correia)