Inaugurada no sábado passado, por iniciativa do vereador Paulo Mendes (PSDB), a praça terá eventos anuais de poesia na data de aniversário do poeta
Situada na rotatória da Avenida São Paulo, sobre o córrego Piratininga, a Praça Carlos Drummond de Andrade foi inaugurada com poesia no sábado, 31 de outubro, data de aniversário do poeta. Os escritores que participaram do evento firmaram o compromisso de, todos os anos, nesta data, celebrarem a memória de Drummond com a leitura de suas obras no local. A referida praça foi batizada em homenagem ao poeta por intermédio da Lei 8.808, de 13 de julho de 2009, de autoria do vereador Paulo Mendes (PSDB).
A praça recebeu uma pedra de granito, em referência ao antológico poema “No Meio do Caminho”,
“Esse poema chocou; recebeu críticas inconseqüentes”, disse a acadêmica Myrna Atalla Senyse. Segundo ela, o poema não era “nada poético” no sentido convencional: “Era o novo. E o novo incomoda. Tornou-se, no entanto, a marca registrada de Drummond”.
A esposa de Paulo Mendes, Norma Sabadim Mendes, fez questão de acompanhá-lo na solenidade, levando consigo um exemplar de uma edição das obras completas de Drummond, até 1970, editada em papel bíblia, e outra de Fernando Pessoa. “Eram os poetas que ela estudava na então Faculdade de Filosofia, em cujo período éramos namorados”, contou Paulo.
Sentimento do mundo — Depois da abertura da solenidade, feita pelo presidente da Academia, Geraldo Bonadio, passou-se à leitura das obras de Drummond. Myrna destacou o fato de o poeta mineiro de Itabira, ter sido funcionário público e, por isso, convidou o engenheiro da Prefeitura, Clebson Aparecido Ribeiro, encarregado de preparar a infra-estrutura da Praça, para ler o poema “Confidências de um Itabirano”.
O também funcionário público Geraldo Cardozo Neto, da Secretaria de Obras, contou ter recebido uma correspondência do poeta, em 1977: “Eu fazia minhas poesias e queria muito me comunicar com ele. Eu sabia que ele respondia a todas as correspondências e, por isso, decidi enviar-lhe uma carta. A resposta veio num cartão manuscrito, que guardo com carinho imenso. Uma relíquia!”
O também acadêmico engenheiro Adalberto Nascimento leu um trecho de outro poema de Drummond. Emocionada, Maria Aparecida de Almeida Dias leu a poesia que acabara de compor, inspirada pelo evento que ia se desenrolando. Myrna encerrou as manifestações fazendo uma convocação: “Sejamos todos felizes. Porque a poesia de Drummond nos inspira esse sentimento, pois felicidade é o que ele queria passar pra gente!”
Ao final da inauguração, e sob aplausos, ficou decidido que nessa praça, todo o ano, no dia de aniversário de Drummond, haverá celebrações em sua homenagem.
(Assessoria de Imprensa do vereador Paulo Mendes/PSDB)