24/09/2009 14h39
  

O secretário de Segurança Comunitária de Sorocaba, José Milton da Costa, o secretário de Governo e Planejamento, Maurício Biazotto, e o comandante da Guarda Municipal, Carlos Eduardo dos Reis Leal,  estiveram na manhã desta quinta-feira (24) na Câmara de Sorocaba para falar sobre o trabalho da corporação e, principalmente sobre o crime ocorrido no último final de semana na base da GM do Habiteto.

 

Os representantes do Executivo participaram da sessão a convite do vereador Marinho Marte (PPS), que apresentou o requerimento motivado pelo  assalto ocorrido no conjunto habitacional, onde três guardas foram feridos. Os convidados responderam os questionamentos de Marinho e ouviram as dúvidas dos demais vereadores – que serão respondidas por escrito. Guardas municipais assistiram a sessão. 

 

O Secretário de Governo, Maurício Biazotto, classificou como “lamentáveis e repugnantes os fatos de bandidagem”, e que o ataque tem sido tratado com toda a atenção pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB) e os órgãos de segurança do município para “apurar e punir exemplarmente os bandidos”. “Quero Elogiar o valorizar o trabalho da GM que em momento algum se furtou em atender o cidadão sorocabano”, disse.

 

O secretário de Segurança reiterou que a origem do crime está sendo investigada e afirmou que “trata-se de um ato pontual, mas não isolado”. “Uma tragédia se abateu sobre toda a instituição, refletiu não só nas três vítimas, mas na sensibilidade de todos os guardas municipais. Os GMs não estão acovardados e nós pretendemos dar continuidade do trabalho.”

 

Sobre o ataque disse: “Não houve tempo para reação, se eles quisessem dar cabo à vida dos guardas tinham feito, porque possibilidade eles tiveram, felizmente o pior não aconteceu, hoje poderíamos estar chorando a morte dos nossos valorosos guardas”.

 

Costa informou que, após reuniões com sindicatos e prefeito, ficou decidido que as bases serão mantidas e reestruturadas, sendo que a base do Habiteto já foi desativada. “Exijo que sejam reestruturadas a partir de agora. Eu não quero pra ontem, quero para agora. Eu preciso que meus GMN se sintam seguros para que possam transmitir este mesmo sentimento de segurança à população”.

 

O secretário destacou que foi um ato falho denominar de base o que segundo ele era um ponto de referência para os guardas que trabalhavam no conjunto habitacional. “No instante que se deu o nome de base passou a função de base. Só não fechei antes, porque a notícia que recebi foi de que as casas do Sorocaba H seriam entregues agora na 1ª semana de outubro”, concluiu.

 

Sobre a montagem de novas bases, Costa disse que é favorável “desde que com condições”. “Fazer por fazer, sem segurança, eu sou contra, sou a favor de uma guarda forte”, concluiu.

 

O vereador Marinho Marte se mostrou indignado com o que classificou como “desumanidade”. “Aquilo que se chamou de base, não pode ser considerada base. Imaginar que a comunidade vá procurar a base para qualquer esclarecimento é uma utopia. Vai o comandante da guarda passar a noite, para ver se fica lá dentro. Há um confinamento dos guardas lamentável, repugnante e inaceitável”, opinou Marinho.

 

O vereador, autor do requerimento solicitando a presença das autoridades, questionou: “Quem autorizou a implantação da base em local particular?

 

Biazotto assumiu ter partido dele a determinação, após ampla discussão com os órgãos de segurança como as polícias civil e militar. O secretário de Governo esclareceu que a base do Habiteto era uma estrutura temporária com a finalidade de apoio aos guardas e completou: “É sim um bem público porque ainda não foi entregue ao cidadão”. “Não foi um ato irresponsável. Tivemos essa fatalidade agora é preciso dar as mãos para que estas coisas não ocorram mais”, disse.

Marinho manteve sua posição contrária as bases da guarda municipal. “Quantas bases a PM tem em Sorocaba? Nenhuma. Porque é contramão. O alvo fixo é extremamente temerário. A PM entra e sai dos bairros, não ficam parados lá”, afirmou.

 

O comandante da GM defendeu as bases. “A PM do estado de SP tem 306 bases. É política do governo estadual, municipal e federal, a filosofia de policia comunitária. Precisamos mudar, melhoras? Com certeza. No Jardim Nova Esperança, os moradores precisam de alguém para apoiar na segurança e a GM está lá para isso, com resposta muito positiva. Estamos no caminho certo”, disse Leal.

 

Segundo Biazotto, em 2008, Sorocaba apresentou os melhores indicadores do Estado segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado. “Estamos passando por alguns problemas nos últimos meses, sérios e sistêmico dentro do Estado de SP. Podemos rever uma série de coisas. É determinação do prefeito manter a GM ativa, porém rever a segurança dos guardas”.

 

Marinho ainda levantou questões como as manifestações dos sindicatos e a invasão de competências. “Parece que estamos discutindo assuntos diversos. Preparamos os guardas para confiná-los em sedes com vidros blindados. Eles estão fechados, é um perigo constante. A guarda foi criada para cuidar dos próprios públicos”.

 

No plenários as opiniões se dividiram, muitos vereadores se mostraram contrários as bases, alguns defenderam e todos concordaram que a guarda municipal precisa ser reestruturada. Tópicos como a falta de contingente, a realização de concurso público e a definição das competências da GM foram abordados pelos parlamentares. Anselmo Neto (PP) sugeriu a realização de uma audiência pública dar continuidade ao debater sobre o tema.