11/08/2009 12h00
 

O vereador João Donizeti sustenta que sua proposta, além de proteger o meio ambiente, vai gerar renda para a cadeia produtiva da reciclagem

 

O mundo produz anualmente cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Além de conter muito metal, plástico e vidro, que demoram de centenas até 1 milhão de anos para se decompor, esse lixo ainda apresenta substâncias tóxicas, que também causam sérios danos ao meio ambiente e ao ser humano. Grande pólo produtor e consumidor de produtos tecnológicos, Sorocaba não foge à tendência mundial, e a produção de lixo tecnológico no município já alcança níveis preocupantes. Pensando nisso, o vereador João Donizeti (PSDB) apresentou projeto de lei na Câmara Municipal instituindo regras para a coleta e reciclagem da espécie de lixo.

 

O projeto prevê que as empresas produtoras, importadoras ou que comercializem produtos tecnológicos deverão apresentar projeto de coleta, reutilização, reciclagem ou tratamento ambientalmente adequado dos resíduos gerados pelo descarte de seus produtos. São considerados lixo tecnológico, de acordo com o projeto, os resíduos gerados pelo descarte de equipamentos tecnológicos de uso profissional, doméstico ou pessoal, inclusive suas partes e componentes. Entram nessa categoria computadores e seus periféricos; televisores e outros equipamentos que contenham tubos de raios catódicos; eletrodomésticos e eletroeletrônicos que contenham metais pesados ou outras substâncias tóxicas.

 

“Os produtos tecnológicos, especialmente os eletrônicos, têm uma vida muito curta e viram lixo entre três e cinco anos de uso. As próprias empresas incentivam esse descarte rápido, induzindo o consumidor a trocar freqüentemente de celulares, por exemplo, mais por modismo do que por necessidade. Nada mais justo, portanto, que elas se responsabilizem também pelo destino final desses produtos quando eles se tornam lixo”, sustenta João Donizeti. O vereador acrescenta que seu projeto “dará um novo estimulo às empresas que atuam na cadeia da reciclagem, minimizando os efeitos da crise econômica que se abateu fortemente sobre elas”.

 

João Donizeti explica que o lixo eletrônico pode ser aproveitado de várias formas: “Dentro da cadeia produtiva, um CD se transforma em cabide; o pó do toner de impressora vira pigmento para cabo de panela; o PVC dos fios do computador é utilizado para fabricar sola de calçado; o vidro do monitor pode ser usado para a fabricação de vitrificação de piso cerâmico. E quando o reaproveitamento não for possível, esse lixo pode ser neutralizado, evitando danos ao meio ambiente e à saúde publica”. Há estudos científicos comprovando que 94% dos componentes dos computadores podem ser reciclados.