28/07/2009 12h00
 

 

A Comissão de Saúde da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Luiz Santos (PMN), realizou audiência pública, na terça-feira, 28, para prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde. As despesas com saúde no município totalizaram mais de 57,8 milhões de reais no segundo trimestre do ano (abril, maio e junho). A Prefeitura recebeu 28,4 milhões de recursos para a saúde, mas teve de desembolsar 29,4 milhões de recursos próprios para o setor. “Hoje, praticamente 60% dos gastos com saúde são bancados pelo próprio município, quando antes esse percentual ficava em torno de 50%”, afirmou o secretário de Saúde, Milton Palma, durante a audiência pública.

 

Através de sua rede própria, o município realizou um total de 929.276 atendimentos de saúde, dos quais 291.673 foram realizados nas unidades de Pronto Atendimento. A Policlínica realizou 69.706 atendimentos e o Programa de Saúde da Família, 69.467. Também foram realizados 53.083 atendimentos de clínica médica, 31.143 de pediatria e 21.462 de ginecologia e obstetrícia. Foram realizados 139.208 exames laboratoriais, 47.450 exames de raios X e 2.122 exames de ultra-sonografia. Sorocaba conta com 1.807 leitos conveniados com o SUS, 1.180 na rede particular e 627 em hospitais filantrópicos.

 

A audiência pública, que contou com a participação da vereadora Neusa Maldonado (PSDB), serviu de palco para a discussão de dois pontos de vista diferentes — a dos profissionais de saúde e a dos usuários do sistema. O presidente da Sociedade Amigo de Bairro Iporanga II, Francisco de Assis Gonçalves, que também é membro do Conselho Municipal de Saúde, criticou a atuação dos médicos, que, segundo ele, nem sempre atendem corretamente a população, com alguns deles até fazendo “greve branca” nas unidades de saúde.

 

Já o médico Milton Paes Andrade Rosa, que também integra o Conselho Municipal de Saúde, observou que os profissionais de saúde, dadas as condições em que às vezes têm de atuar, chegam a ser “verdadeiros heróis”. O secretário de Saúde, Milton Palma, lembrando seus 35 anos de profissão, observou que a medicina mudou muito e o médico está cada vez mais receoso diante da tendência de crescimento dos processos contra médicos. “O médico faz uma cirurgia complexa, em que ganha 150 reais, e se houver algum problema, risco inerente a qualquer cirurgia, ele pode ser processado e ter de pagar uma indenização de 150 mil reais”, enfatizou.

 

Para o vereador Luiz Santos, esse tipo de discussão mostra a importância da participação da sociedade nas audiências públicas realizadas pela Câmara Municipal: “O SUS é uma construção coletiva e necessita da efetiva participação de todos. Cada pessoa tem o direito e o dever de fiscalizar o atendimento de saúde, apresentar sugestões para sua melhoria e também fazer a sua parte, que é cuidar preventivamente da própria saúde”. O líder do PMN na Casa fez uma avaliação positiva da audiência e disse que a comissão que preside continuará seu trabalho de acompanhar permanentemente os dados do setor de saúde.

 

Foto: O vereador Luiz Santos preside audiência pública com o secretário de Saúde, Milton Palma, e o médico Miton Gori, diretor de área da pasta. (Luciano Quirino/Câmara Municipal de Sorocaba)