29/05/2009 12h00
 

Grupo de estudos prevê piora na economia de Sorocaba e região no segundo semestre deste ano, mas aponta caminhos para reduzir as perdas

 

A Frente Regional de Estudos dos Efeitos da Crise Econômica, formada por vereadores, representantes de classes, universidades, sindicatos, entidades do setor produtivo e do governo municipal, se reuniu na quarta-feira (27), no escritório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) para mais uma reunião e apresentação de estudos referentes aos efeitos da crise financeira em Sorocaba e região.

 

Segundo Fernando de Lima, Coordenador do Dieese, os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) dos primeiros quatro meses de 2009 apontam que as empresas que mais fecharam postos de trabalho são do ramo metalúrgico e as que mais criaram foram as de serviços. Os dados apontam também que os níveis de demissões em Sorocaba estão no mesmo patamar de 2008, porém, houve diminuição na abertura de vagas e, conseqüentemente, poucas contratações até abril de 2009.

 

Para o economista Ludwig Plata, coordenador do curso de Economia da Uniso, as exportações das indústrias de Sorocaba estão diminuindo e, conseqüentemente, há diminuição no PIB. A avaliação do professor é de que haverá piora na economia por conta do cenário internacional que aponta queda no ritmo de crescimento da economia de vários países, em especial a dos Estados Unidos, principal destino da produção local e regional. Ainda segundo o professor, o município tem que estar atento para estes dados visto que, no segundo semestre, por falta de novos contratos na indústria local, novas demissões poderão ocorrer, sobretudo dos empregados com salários maiores, o que vai impactar diretamente no setor de serviços, que tem mantido a demanda interna e os empregos do setor.

 

De acordo com o vereador Vicenti di Santi Filho, vice-presidente da Câmara Municipal de Laranjal Paulista, representando os municípios da região, aquele município já sente nas ruas a queda da atividade econômica. Houve desemprego na indústria de brinquedos e no setor agroindustrial da região, com conseqüências sociais já visíveis no município de Laranjal Paulista.

 

Segundo o vereador Hélio Godoy (PSDB), coordenador da frente, além da sensibilização nas Câmaras Municipais para o acompanhamento do quadro de crise na região será solicitada maior participação do setor produtivo nas reuniões da frente. Também será solicitada uma agenda com o prefeito Vitor Lippi, visto que Sorocaba é a principal cidade da região e o poder público local provavelmente sentirá, nos próximos meses, os efeitos da possível queda de arrecadação de forma mais acentuada.

 

“O município, do ponto de vista macro-econômico, pouco pode fazer para amenizar ou amortecer os impactos negativos da crise internacional, no entanto, poderá se antecipar e estudar a melhor forma de atuar para a manutenção dos serviços essenciais e investimentos no município”, ressalta o vereador.

 

Hélio Godoy sugere saídas para a crise: “Se a crise lá fora continuar acentuada, temos que buscar alternativas. Os Estados Unidos, importante destino das nossas exportações, está em crise, mas a China pode ser uma saída. Hoje, a China está em nono lugar na nossa pauta do nosso comércio exterior, com 2,39% das exportações locais, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. Precisamos exportar mais para esse grande mercado”.