12/05/2009 12h00
 

Através de projeto de lei que tramita pela Câmara, o vereador José Crespo (DEM) está sugerindo a adoção de uma campanha simples e barata, capaz de proporcionar uma economia anual de pelo menos R$ 3,4 milhões para a Prefeitura – dinheiro suficiente para construir pelo menos metade de uma unidade Pré-Hospitalar como a da Zona Oeste.

 

Crespo está propondo a Prefeitura a implantação de um programa de incentivo à reciclagem e reutilização de resíduos sólidos, fundado numa campanha publicitária dirigida à população, para conscientizá-la a separar ainda em casa e em dois grupos o lixo doméstico – o orgânico e o reciclável.

 

Na proposta do vereador, dos 60 mil contêineres existentes hoje em Sorocaba, 40 mil seriam identificados com adesivos como próprios para receber o lixo orgânico e os 20 mil restantes se destinariam aos recicláveis.

 

Estudos indicam que 60% do lixo coletado diariamente no Brasil são orgânicos, sendo o restante constituído de materiais reaproveitáveis, como alumínio, garrafas pet, vidro, metais, etc. O vereador Crespo acredita que, com a ajuda da população e identificação dos contêineres, aqui em Sorocaba poderia haver a separação na origem daqueles dois tipos de lixo, na base de 70% de orgânico e 30% de reciclável.

 

Se isso tivesse acontecido, por exemplo, no ano passado, a Prefeitura teria economizado pelo menos R$ 3,4 milhões e os carrinheiros, por seu turno, teriam aumentado substancialmente sua renda, com maior facilidade para desenvolver o recolhimento de recicláveis.

A Prefeitura informou ao vereador Crespo que, em 2008, pagou R$ 11.410.578,00 (onze milhões, quatrocentos e dez mil, quinhentos e setenta e oito reais) para uma empresa coletar e transportar para o aterro sanitário 137.603 toneladas de lixo (orgânico e reciclável, tudo misturado).

 

Se o lixo tivesse sido separado na proporção de 70% e 30%, ao invés de pagar R$ 11,4 milhões para coletar 137 mil toneladas de lixo bruto, a Prefeitura teria gasto apenas R$ 8 milhões com 96 mil toneladas. Deixaria então de pagar R$ 3,4 milhões para a empresa coletar, como recolheu e literalmente jogou no lixo, as outras 41 mil toneladas de materiais reutilizáveis.

 

Isso aconteceria, acredita o vereador Crespo, porque com o lixo reciclável separado em contêineres próprios pela população, os carrinheiros seriam mais rápidos e recolheriam esse material antes da passagem dos caminhões coletores, aos quais restaria apenas apanhar o lixo orgânico. Com isso, ganharia a Prefeitura (e a população, com o uso dos R$ 3,4 milhões economizados em outros investimentos) e ganhariam os carrinheiros, coletando uma quantidade bem maior de recicláveis e sem precisar manusear o lixo orgânico, evitando todos os riscos à saúde que isso acarreta.

 

O projeto do vereador José Crespo instituindo o Programa de Incentivo à Reciclagem e Reutilização de Resíduos Urbanos pode ser votado ainda neste semestre pela Câmara.